Agricultura de precisão no Brasil: fatores condicionantes, perfil sócio econômico e perspectivas
Resumo
Esta pesquisa aborda o perfil sócio econômico dos agricultores brasileiros que adotam a Agricultura de Precisão (AP), seus níveis de satisfação com a tecnologia, as técnicas mais empregadas, os condicionantes para a adoção e difusão, os impactos sobre a produtividade e uso de insumos e grau de gerenciamento. Trata-se de uma pesquisa exploratória descritiva, de opinião, com amostragem aleatória, onde a amostra foi constituída por 47 agricultores do Rio Grande do Sul (RS), que cultivam soja, milho, trigo e arroz irrigado e 19 empresas Prestadoras de Serviço em AP, que atuam em 11 estados brasileiros. Na investigação, utilizaram-se dados quantitativos e qualitativos, analisados através de metodologia estatística univariada e bivariada. Os resultados reportados indicaram uma faixa etária predominante entre 40 e 50 anos com nível de escolaridade de ensino médio ou graduação. O tamanho da propriedade influencia na adoção da AP na medida que, percentualmente, a relação dos adotantes com a distribuição fundiária aumentada cresce, conforme aumenta o tamanho das áreas, indicando que as propriedades maiores favorecem a utilização da tecnologia. O tempo de adoção predominante da AP é de até 6 anos, com quase 50% dos usuários, embora já seja conhecida a mais de três décadas. As principais formas pelas quais os agricultores tomam conhecimento da tecnologia são feiras, exposições, visitas comerciais e outros agricultores que servem de referência. As cooperativas, universidades e os órgãos de pesquisa são citados como instituições mais confiáveis para informações, porém sua atuação é limitada. As técnicas mais utilizadas, exceto piloto automático, são as relacionadas à melhoria da fertilidade e correção da acidez. A semeadura precisa a taxa variável de sementes para ajuste de população de plantas por zonas de manejo ou ambiente é recente, porém possui potencial de grande expansão, em curto espaço de tempo. O tamanho da malha de amostragem de solo predominante no Brasil é 3 ha, enquanto no RS é de 1 ha. O incremento da produtividade, predominantemente, está na média em torno de 10%, porém muito influenciado pelas condições intrinsicas da área. Os agricultores demonstraram nível elevado de satisfação com a tecnologia e com os prestadores de serviço em AP, materializado pela intenção de aumentar as áreas. Entre os benefícios auferidos destacam-se a melhoria da gestão e da produtividade. Os principais fatores limitantes para a adoção da AP foi seu custo, a falta de mão de obra especializada e de informações de suporte, falta de políticas públicas específicas e a falta de infra-estrutura de comunicação.
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