Colletotrichum sp. causando mancha foliar em Cassia fistula L.: patogenicidade, morfologia, caracterização molecular e controle in vitro
Resumo
A espécie Cassia fistula L., conhecida popularmente como chuva-de-ouro, é uma arboreta exótica, utilizada para fins de arborização urbana, porém, apesar do seu valor ornamental, a espécie não tem sido objeto de pesquisa, principalmente os relacionados à diagnose ou descrição de microrganismos fitopatogênicos, que podem causar prejuízos e/ou levar a planta a morte. Anualmente, tem sido observados sintomas de manchas foliares com coloração escura e contorno irregular distribuídas pelo limbo foliar na espécie Cassia fistula, estas manchas ainda não possuem um diagnóstico conhecido e após verificações prévias essas manchas foram associadas ao gênero Colletotrichum. O presente trabalho teve como objetivo verificar a patogenicidade de Colletotrichum sp. associado a folíolos de Cassia fistula e caracterizar morfológica, fisiologica e molecularmente o patógeno em nível de espécie, bem como, estudar a eficiência in vitro do controle biológico de produtos comerciais a base de Trichoderma spp. sobre Colletotrichum. O patógeno, ainda não relatado foi descrito morfológicamete através do tamanho dos conídios, pela coloração da colônia em BDA (Batata-Dextrose-Ágar), e para a caracterização fisiológica, testaram-se diferentes temperaturas, influencia do meio de cultura e da luminosidade no crescimento micelial do patógeno, e para a identificação molecular, foram sequenciadas três regiões genômicas do isolado, sendo elas: ITS, fator de elongação 1-α e beta-tubulina. Nos testes de controle biológico utilizou-se Trichoderma spp. nas formas comerciais Agrotrich Plus®, Biotrich® e Ecotrich®. Os testes de controle in vitro foram realizados pelo método de confronto pareado de culturas e pelo teste de metabólitos voláteis. Os isolados de Colletotrichum sp. foram patogênicos à Cassia fistula causando mancha foliar. Em geral, o meio Mathur apresentou melhores respostas de crescimento micelial e esporulação, porém os testes apresentaram variação entre os isolados analisados. As características morfológicas apresentaram grande variabilidade, inviabilizando a definição de espécie. A maioria dos isolados apresentou conídios com dimensões que permitiram a classificação como C. gloeosporioides. A ferramenta PCR foi capaz de identificar isolados da espécie C. gloeosporioides apartir do produto amplificado da região beta-tubulina e do fator de elongação. No entanto, nem todos os isolados foram identificados desta maneira, sugerindo que a espécie apresenta grande variabilidade nas regiões amplificadas. Trichoderma spp., pode ser utilizado como controle biológico da mancha foliar em Cassia fistula. No entanto, sugere-se a realização de testes in vivo para avaliar o potencial antagônico de Trichoderma.
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