Grupo de mulheres em situação de violência doméstica e familiar em processo de judicialização
Resumo
Mulheres em situação de violência doméstica e familiar ao acessarem o setor judiciário enfrentam desafios e, em muitos casos, sentem-se fragilizadas e podem ser auxiliadas quando participam de grupos interdisciplinares e intersetoriais com ações educativas. No entanto, nem sempre estes estão disponíveis para que essas usufruam. Sendo assim, este projeto de pesquisa teve como objetivo propor a formação/reativação de um grupo multidisciplinar e intersetorial de educação com mulheres em situação de violência doméstica e familiar em processo de judicialização e demandas psicossociais no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) e Coordenadoria Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres (CMPPM) em um município do noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. De caráter qualitativo, descritivo e exploratório, o estudo foi desenvolvido a partir de uma pesquisa participante, fundamentada no referencial da educação problematizadora, aplicando o arco de Charles Maguerez. As participantes foram oito mulheres em situação de violência doméstica e familiar em processo de judicialização. A produção dos dados ocorreu em seis oficinas crítico-emancipatórias nos meses de maio e junho de 2019 nas dependências do CREAS. O material empírico foi gravado, transcrito e analisado pela técnica de Bardin. O estudo respeitou as diretrizes que regem as pesquisas com seres humanos do Conselho Nacional de Saúde, com base na resolução 466/12, e teve início após aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Santa Maria. Os resultados mostram que as mulheres que conseguiram se separar tiveram apoio dos profissionais do CREAS e da Coordenadoria Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres e da família, sendo que algumas sofreram perdas patrimoniais e tiveram dificuldade na obtenção de um defensor público. O estudo contribuiu para que as mulheres pudessem problematizar suas realidades concretas, aprender umas com as outras e procurar soluções para transformarem suas condições. Sentiram-se fortalecidas, tornando-se mais autônomas, para tomarem decisões em direção à ruptura do ciclo da violência.
Coleções
- TCC Enfermagem - PM [67]
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