Potenciais interações alimento-medicamento em pacientes de uma unidade cirúrgica em um hospital universitário do sul do Brasil
Resumo
Este trabalho buscou investigar as potenciais interações alimento-medicamento em pacientes de uma unidade cirúrgica em um Hospital Universitário. Trata-se de um estudo transversal, descritivo de abordagem quantitativa. O estudo foi desenvolvido, por meio da análise de 232 prontuários de pacientes internados em uma unidade cirúrgica, entre fevereiro de 2015 a fevereiro de 2016. Foram coletados os dados de caracterização dos pacientes, dados nutricionais e de medicamentos. Para conhecimento dos medicamentos com possíveis interações com alimentos foi utilizado o banco de dados do sistema Micromedex®, 2016, e em seguida foram observados os horários de administração dos medicamentos e das refeições. Os dados foram expressos em variáveis categóricas e numéricas, armazenados em planilhas do Microsoft Excel e posteriormente foram analisados no Programa R. Foram avaliadas 516 prescrições com total de 37 diferentes medicamentos prescritos. A média de medicamentos prescritos por paciente foi de 2,52. Foram encontradas 92 diferentes interações entre alimentos e medicamentos, em 41 prontuários (17,9%). Os medicamentos com maior número de potenciais interações foram a furosemida, seguida do ciprofloxacino, metoprolol e captopril. Os alimentos em geral foram os que apresentaram maior frequência como causadores de potenciais interações. Encontrou-se apenas uma possível interação com a nutrição enteral e o medicamento fenitoina. A refeição do café da manhã realizada às 8 horas foi a que obteve o maior número de interações. Já em relação a gravidade das interações, a maioria (71,7%) foi classificada como moderada, e teve documentação boa (64,1%). Quanto às medidas verificadas do estado nutricional, o peso médio encontrado foi de 69,97kg, a altura média 1,66m, e o IMC médio de 25,39kg/m². Referente à classificação do IMC, do total de adultos, 37,1% apresentaram sobrepeso, e quanto aos idosos, a maioria apresentou-se eutrófica (40,8%). De toda amostra estudada, 71,12 % havia sido avaliado por um nutricionista e apresentava os dados referentes ao estado nutricional. Enfim, observa-se que as interações entre medicamentos e alimentos acontecem em nível hospitalar e que a equipe assistente deve trabalhar, a fim de minimizar a sua ocorrência. Para mais, é importante a elaboração de novos estudos sobre a temática para evidenciar a sua ocorrência e suas possíveis consequências clínicas.
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