Desenvolvimento de uma metodologia ex vivo para avaliação de aditivos antimicotoxinas para aves
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Data
2021-02-26Primeiro membro da banca
Almeida, Carlos Alberto Araújo de
Segundo membro da banca
Stefanello, Catarina
Terceiro membro da banca
Carvalho, Erich Helfer
Quarto membro da banca
Mallmann, Adriano Olnei
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A inclusão de aditivos antimicotoxinas (AAMs) em rações para aves é uma das principais
estratégias para reduzir os efeitos prejudiciais das micotoxinas. AAMs são substâncias
capazes de adsorver, inativar, neutralizar ou biotransformar micotoxinas. O objetivo deste
trabalho foi desenvolver uma metodologia ex vivo para avaliação de AAMs utilizados na
produção avícola. Explantes jejunais de frangos de corte destinados ao consumo humano
foram utilizados em dois estudos para testar a eficácia de AAMs frente à aflatoxina B1 (AFB1)
e ao deoxinivalenol (DON); o efeito direto de DON sobre as vilosidades intestinais também foi
investigado. Quatro pares de câmaras de Ussing com área de contato intestinal de 1,0 cm²
foram mantidas a 37 ºC e borbulhadas com carbogênio durante 120 min. No estudo 1, seis
AAMs disponíveis comercialmente (aditivo antimicotoxinas - AAM 1 a 6) tiveram sua
capacidade de reduzir a absorção intestinal de AFB1 avaliada a fim de verificar eficácia.
Explantes jejunais (n=4/ave) foram obtidos de 60 frangos no abate, totalizando 240 amostras
(40 amostras/AAM). Os explantes foram submetidos a dois tratamentos por AAM: T1
(controle) - 2,8 mg/L de AFB1 e T2 - 2,8 mg/L de AFB1 + 0,5% AAM. Os AAMs também foram
testados in vitro para avaliar a adsorção de AFB1 em fluido intestinal artificial. O estudo 2
analisou o impacto deletério de DON sobre as vilosidades intestinais e a eficácia de um AAM.
Dois experimentos foram conduzidos para avaliar parâmetros histopatológicos e
imunohistoquímicos: Experimento 1) T1 (controle positivo) - somente solução tampão, e T2 -
10 mg/L de DON (duas replicatas/tratamento); e Experimento 2) T1 (controle positivo) -
somente solução tampão, T2 (controle negativo) - 10 mg/L de DON, T3 - somente o AAM
(0,5%) e T4 - 10 mg/L de DON + 0,5% AAM. Explantes jejunais (n=4/ave) foram obtidos de
22 frangos no abate, totalizando 88 amostras (40 e 48 amostras para os experimentos 1 e 2,
respectivamente). Os resultados do estudo 1 demonstraram que AAM1 ao AAM6 reduziram a
absorção intestinal de AFB1 nos ensaios ex vivo em 67,11%, 73,82%, 80,70%, 85,86%,
86,28% e 82,32%, respectivamente; já nos testes in vitro, AAM1 ao AAM6 apresentaram
adsorção de 99,72%, 99,37%, 99,67%, 99,53%, 99,04% e 99,15%, respectivamente. Não
houve correlação entre os achados ex vivo e in vitro. Quanto ao estudo 2, DON reduziu o
tamanho dos enterócitos e de seus núcleos e aumentou a vacuolização do citoplasma, o
desnudamento do ápice das vilosidades e o número de células apoptóticas no Experimento
1; os parâmetros investigados no Experimento 2 revelaram que o uso do AAM mitigou os
efeitos prejudiciais de DON sobre as vilosidades intestinais. A presente avaliação demonstra
que o modelo ex vivo utilizando explantes intestinais de frangos de corte montados em
câmaras de Ussing é uma ferramenta viável para complementar ensaios in vitro e in vivo
empregados na avaliação da eficácia de AAMs e também para a triagem de novos compostos.
Além disso, essa metodologia pode ser aplicada para determinar o impacto negativo de DON
na integridade do epitélio intestinal de frangos de corte.
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