Efeito agudo da pressão positiva expiratória versus técnica de Breath Stacking no pós-operatório de cirurgia cardíaca: ensaio randomizado cruzado
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Data
2019-08-29Primeiro membro da banca
Silva, Andréa Lúcia Gonçalves da
Segundo membro da banca
Signori, Luis Ulisses
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Pacientes submetidos à cirurgia cardíaca podem desenvolver complicações pulmonares pós-operatórias. A fisioterapia utiliza-se de técnicas e equipamentos que comprovadamente diminuem essas complicações. A Expiratory Positive Airway Pressure (EPAP) e a técnica denominada Breath Stacking (BS) podem aumentar a expansão pulmonar e melhorar desfechos clínicos e funcionais no pós-operatório de cirurgias cardiotorácicas. O objetivo deste estudo foi comparar os efeitos agudos da EPAP e da BS sobre variáveis cardiopulmonares e fisiológicas de pacientes em pós-operatório de cirurgia cardíaca eletiva, durante a internação hospitalar e analisar aspectos de segurança das intervenções. Este ensaio clínico randomizado cruzado foi realizado na Unidade Cardiológica Intensiva, Clínica Médica I e Clínica Médica II do Hospital Universitário de Santa Maria, com amostra de 24 indivíduos submetidos à cirurgia cardíaca. Os pacientes receberam a aplicação da EPAP a 10cmH20 por 5 min e da BS em 3 séries de 5 aplicações, com inspiração sustentada por 20 s, ambas através de máscara facial siliconizada, em ordem definida por randomização, com intervalo de 24 horas entre cada intervenção. No pré-operatório ocorreu a triagem e análise do prontuário e foram avaliadas espirometria, ventilometria, expansibilidade tóraco-abdominal, pressões respiratórias máximas, sinais vitais e saturação periférica de oxigênio (SpO2). No período pós-operatório (antes e após as intervenções) foram realizadas novamente todas as avaliações supracitadas. Antes, após e 10 min após as intervenções foram registradas as seguintes variáveis de segurança do paciente: grau de dispneia, percepção dolorosa na incisão cirúrgica, sinais de desconforto respiratório, respostas hemodinâmicas e respiratórias. O avaliador foi cegado quanto ao tipo de intervenção. O estudo mostrou que EPAP aumentou a capacidade vital forçada (CVF; P<0,003), o volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1; P<0,024) e os coeficientes de amplitude axilar (P=0,030) e xifoide (P=0,002). A BS melhorou o coeficiente de amplitude abdominal (P<0,003). Ambas as técnicas aumentaram a FR, similarmente (EPAP: 3,0 rpm, IC 95% 0,98 a 5,01; BS: 2,2 rpm, IC 95% 0,19 a 4,21), que reduziu após 10 min (EPAP: -1,8 rpm, IC 95% -3,30 a -0,33; BS: -2,3 rpm, IC 95% -3,83 a -0,83). EPAP reduziu a PAM (-4,1 mmHg, IC 95% -8,03 a -0,21), que permaneceu menor após 10 min (-5,0 mmHg, IC 95% -8,95 a -1,13). Nas demais variáveis não houve mudanças em resposta às intervenções. Conclui-se que uma única aplicação da EPAP melhorou a CVF, o VEF1 e a expansibilidade ao nível axilar e xifoidiano, o que sugere efeitos mais amplos na comparação com a BS. As técnicas se mostraram seguras quanto aos aspectos respiratórios e hemodinâmicos, tornando esses achados como auxiliares na tomada de decisão fisioterapêutica no pós-operatório de cirurgia cardíaca.
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