Entre a atemporalidade e as descontinuidades do cárcere: representação e crítica social em Recordações da casa dos mortos e A pequena prisão
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Data
2020-11-04Primeiro membro da banca
Nácher, Jose Max Hidalgo
Segundo membro da banca
Wermuth, Maiquel Ângelo Dezordi
Quarto membro da banca
Perrone, Claudia Maria
Quinto membro da banca
Calegari, Lizandro Carlos
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O estudo proposto tem como objetivo principal realizar uma crítica social a uma instituição total, tomando como campo de pesquisa um estudo comparativo entre duas obras literárias, escritas em época e países distintos, mas que versam sobre a vivência no âmbito prisional. Tal análise é proposta para demonstrar as permanências e as descontinuidades do cárcere, desde o séc. XIX até o séc. XXI. As obras escolhidas para a pesquisa são Recordações da casa dos mortos, publicada na Rússia em 1862, em forma de romance, escrito por Fiódor Dostoiévski, e A pequena prisão, publicada em 2017 no Brasil, em forma de relato testemunhal, escrita por Igor Mendes. A partir desta análise, é possível demonstrar a importância das obras, tanto em nível literário como histórico e social, e evidenciar como sua leitura pode ocasionar uma crítica social ao cárcere. Para isso, é feito um estudo dos aspectos literários, históricos e sociais das obras, concomitantemente às questões da penalização e do cárcere nas épocas em que as narrativas se passam. Como as obras são colocadas em gêneros diferentes, é necessário discutir sobre as peculiaridades de cada uma das categorias – romance e relato testemunhal, as mudanças históricas de valoração das categorizações literárias, e sobre a ideia de verdade trazida nas escritas, diante dos diferentes elementos linguísticos utilizados por cada gênero. Após estas discussões, é realizada uma análise comparativa entre as obras estudadas, primando pela busca das semelhanças e descontinuidades da prisão apresentadas nas histórias, pois ambas são contadas a partir do espaço prisional e evidenciam as dificuldades e singularidades do aprisionamento institucional, nos possibilitando observar desde questões estruturais, que parecem não mudar no tempo e no espaço, como as descontinuidades, alterações, apresentadas nas duas histórias, por exemplo, das mudanças nos instrumentos punitivos. Diante da interdisciplinaridade do tema, utilizou-se de teóricos da literatura, história, filosofia e psicanálise.
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