Análise dos efeitos de encadeamento na bioeconomia e na economia de baixo carbono no Brasil
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Data
2020-02-27Primeiro membro da banca
Feistel, Paulo Ricardo
Segundo membro da banca
Oliveira, Cassius Rocha de
Metadata
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A estratégia de identificar e investir em setores econômicos capazes de se destacar dos
demais remete ao final da década de 1950, quando Hirschman sugeriu a hipótese dos
encadeamentos (linkages). Segundo ela, a diferença entre setores mais avançados e menos
avançados abre margem para ações deliberadas de investimentos induzidos, à maneira do
efeito multiplicador keynesiano. O desenvolvimento seria proporcionado por investimentos
estatais nas atividades com desempenho acima da média (setores-chave), que propulsionariam
as demais. Os encadeamentos para frente identificam os (sub)produtos mais disseminados
pela economia, enquanto os encadeamentos para trás ressaltam os setores mais dependentes
dos demais. Tais efeitos são medidos por índices calculados a partir das linhas e colunas das
matrizes inversas de insumo-produto. Ao que parece, a hipótese dos encadeamentos parece
ser adequada ao cenário de transição energética, para verificar como o consumo bioenergético
afeta os demais setores da economia. Ampliando-se (IPA) o modelo básico de insumoproduto
(IP) com insumos energéticos e utilizando-se a hipótese dos encadeamentos, é
possível destacar os setores mais dependentes e os insumos mais utilizados. Portanto, o
objetivo deste trabalho é elaborar um modelo que permita não só identificá-los, mas também
comparar os resultados obtidos pela matriz tradicional (IP) e pela matriz ampliada (IPA) de
insumo-produto. Com essa finalidade, utilizam-se dados para o Brasil em 2018. Assim,
quando indistintamente se consideram todos os recursos energéticos do país, o setor de
Transportes é o mais dependente, e os Derivados de Petróleo são os insumos energéticos mais
demandados (disseminados) pela economia. Os resultados mudam quando a ênfase recai
sobre os insumos bioenergéticos. Nesse caso, o setor de Papel e Celulose é o mais
dependente, e a Lixívia é o insumo bioenergético mais consumido. Conclui-se que tais
alterações afetam tanto o direcionamento dos investimentos quanto a estratégia de
desenvolvimento a ser utilizada. Por exemplo, a redução do uso de combustíveis fósseis
(Derivados de Petróleo) prejudicaria os investimentos no setor de Transportes, ao passo que a
adoção de uma estratégia bioeconômica de desenvolvimento favoreceria o setor de Papel e
Celulose.
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