Uso de dispositivo de elevação abdominal na coleta de biópsia hepática laparoscópica por LESS: estudo de viabilidade em cadáveres caninos
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Data
2021-02-12Primeiro coorientador
Silva, Marco Augusto Machado
Primeiro membro da banca
Pinto Filho, Saulo Tadeu Lemos
Metadata
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O objetivo do presente estudo foi avaliar a viabilidade da técnica laparoscópica por LESS (com único portal), utilizando um dispositivo de elevação mecânica da parede abdominal, a plataforma de tração multidirecional (ES201800465 U) e compará-la com pneumoperitônio de baixa pressão na obtenção de biópsia hepática em cadáveres caninos no que se refere a determinadas variáveis operacionais. Para tanto, foram utilizados 18 cadáveres, distribuídos em três grupos, onde foi realizada a biópsia hepática com único portal e pneumoperitônio de 2mmHg (grupo G1), 4mmHg (grupo G2) e gasless, através da plataforma de tração multidirecional (grupo G3). A equipe cirúrgica manteve-se fixa à sua função. Os cães foram posicionados em decúbito dorsal. Todos os procedimentos foram realizados com portal de 11mm, posicionado na cicatriz umbilical, e uma óptica rígida de 10mm e 0º. O peso dos cadáveres, o tempo operatório total e os tempos de cada etapa dos procedimentos foram registrados. O grau de dificuldade do acesso cirúrgico e da coleta das biópsias hepáticas, bem como, a avaliação do espaço de trabalho intra-abdominal foram mensurados pelo cirurgião. Além disso, dois avaliadores proficientes em videocirurgia e cegos ao tipo de procedimento realizaram a avaliação dos vídeos gravados durante o intra-operatório e pontuaram conforme escala pré-estabelecida sobre o espaço de trabalho e dificuldades para a coleta das biópsias hepáticas. Os fragmentos de tecido hepático coletados através da pinça laparoscópica tipo punch foram pesados em balança de alta precisão. O peso médio dos cadáveres selecionados para o estudo foi de 8,7± 3,8 kg. O tempo médio cirúrgico total foi maior no grupo G1 (30,3± 13,5) min, seguido do grupo G3 (27,3± 7,3) min e com menor tempo o grupo G2 (24,8± 5,3) min (p= 0,6). Não houve diferença estatística entre os grupos quanto a qualidade do espaço de trabalho, entretanto escores mais baixos foram registrados para o grupo G1, demonstrando que foi necessária maior manipulação de vísceras para atingir o órgão alvo. Em contrapartida, o grupo G3 recebeu escores mais altos, sugerindo um espaço de trabalho excelente, com visualização clara do órgão alvo e mínima ou nenhuma manipulação de vísceras. Houve diferença estatística na comparação da coleta de biópsia entre os lobos hepáticos, tanto no grupo G1 (p= 0,0093), quanto no G2 (p= 0,00006) e G3 (p= 0,0053). O lobo hepático lateral direito foi considerado o de mais difícil acesso para realizar a biópsia em nosso estudo. O peso médio das amostras coletadas foram G1 (96,2±11,58) mg, G2 (90,77±10,57) mg, G3 (87,63±16,42) mg. A técnica de biópsia hepática por LESS usando o dispositivo de elevação abdominal foi exequível em cadáveres caninos e similar à técnica com pneumoperitônio, representando uma alternativa para evitar as alterações orgânicas associadas ao uso de pneumoperitônio.
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