Furação Anitta: Uma leitura de Relações Públicas e Interseccionalidade de situações críticas na mídia
Resumo
No mundo globalizado a mídia desempenha papel fundamental onde presta um serviço de ordem social, público e vital à sociedade, difundindo conhecimento e tornando comum a todos, tendo um dever de atuar como aliada na busca da democracia, cidadania e justiça. O contexto social ao qual estamos inseridos evidencia uma construção atrelada a uma conjuntura patriarcal machista, racista e elitista, onde não há interesse em ver mulheres conquistando espaço e prestígio e o acesso aos meios de comunicação, que vem crescendo cada vez mais, colocam em evidência um papel muito importante da mídia: de mediadora de conhecimento e formadora de opinião pública. Neste contexto este trabalho tem como tema central estudar como a cantora Anitta é retratada na mídia, com uma abordagem interseccional, ou seja, considerando recortes de classe, gênero e raça. O objetivo geral é analisar como os sentidos de classe, raça e gênero produzidos nos recortes midiáticos impactam a imagem da cantora Anitta. Quanto aos objetivos específicos, os mesmos buscaram realizar uma revisão bibliográfica, articulando aspectos de RP e interseccionalidade, analisar aspectos, de raça, gênero e classe nas linguagens e sentidos das reportagens e verificar se os sentidos produzidos pelos recortes midiáticos contribuem de modo negativo ou positivo para a sua imagem. A metodologia empregada combinou conceitos da comunicação e da interseccionalidade, através de um quadro analítico, mostrando que por vezes a mídia presta um serviço de manutenção do sistema, transmitindo pontos de vistas já formados, preconceituosos, manipulando, ainda que de forma velada, pois tudo o que é veiculado influencia comportamento. A análise dos aspectos intercessionais nas linguagens e sentidos das reportagens, permitiu constatar que os mesmos produziam sentidos manipulados, sexistas e objetificadores sobre a artista, através de enquadramentos fotográficos, adjetivos pejorativos, sexualização do seu corpo, questionamentos sobre a cor de sua pele, desvalorização do seu trabalho, onde todos os recortes reforçam opressões estruturais que constroem exclusões sociais de mulheres negras.
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