Impacto da espécie invasora Ceratium furcoides (levander) langhans 1925 em duas represas do Alto Jacuí, RS
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Data
2014-02-27Primeiro membro da banca
Vasconcellos, Noeli Júlia Schüssler de
Segundo membro da banca
Wachholz, Flávio
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Mostrar registro completoResumo
O primeiro registro de Ceratium spp para o Brasil foi realizado em 2006 no estado de São Paulo,
desde então tem-se observado sua expansão pelos diferentes rios do Brasil, inclusive em
episódios de florações. Em vista da ocorrência da espécie Ceratium furcoides no estado do Rio
grande do Sul, o objetivo do trabalho foi identificar impactos da sua ocorrência e possíveis
relações de inibição, dominância e co-dominância com as demais espécies do fitoplâncton nas
represas de Ernestina e Itaúba, localizadas no Alto Curso do Rio Jacuí. Objetivou-se também
identificar padrões espaciais e temporais da comunidade fitoplânctônica associada às variáveis
ambientais a fim de ilustrar as forças reguladoras dessas comunidades. Campanhas amostrais
foram realizadas sazonalmente de janeiro de 2012 a janeiro de 2013. A represa de Ernestina é
a possui área de 38,5 km2 com profundidade média de 7,1m. A represa de Itaúba possui 13,2
km2 de área e profundidade média de 40m. As amostras foram coletadas em quatro estações
amostrais nas represas e em três profundidades utilizando garrafa tipo Van Dorn (5 Litros) cujo
volume foi filtrado por uma rede de plâncton de abertura de malha de 10 μm e preservado com
solução lugol acético 1%. Ao total foram identificados 91 espécies para a represa de Ernestina
e 130 para Itaúba e um padrão sazonal na organização das comunidades. Não houve diferenças
significativas em padrões espaciais, (verticais e horizontais). Observou-se uma tendência ao
aumento da riqueza de espécies com maior precipitação pluviométrica e o aumento na
concentração de células do fitoplâncton favorecido por tempos de retenção mais longos, sendo
mais conspícuo na represa de Itaúba. A primeira ocorrência de Ceratium furcoides foi registrada
em Janeiro de 2012 em Itaúba e Maio de 2012 em Ernestina, sendo identificada em todas as
unidades amostrais subsequentes nas duas represas. Densidades de C. furcoides superiores a
100 cél.ml-1 foram encontradas em unidades amostrais com temperatura média de 20°C e pH
básico em Itaúba. Níveis baixos de fosfato parecem não ser limitantes ao desenvolvimento de
C. furcoides e o aumento da pluviosidade indicaram interferência negativa no seu crescimento.
No período de floração de C. furcoides na represa de Itaúba foram verificadas ocorrendo em
concomitância Eudorina sp, Cyclotella meneghiniana, Discostella stelligera e filamentos de
Cuspidotrhix. Houve forte redução na riqueza de espécies durante o maior biovolume de C.
furcoides na represa de Itaúba. A primeira ocorrência de floração de C. furcoides nos
reservatórios do rio Jacuí sugere uma modificação nas condições ambientais que se tornaram
favoráveis a sua proliferação e reforça a importância de compreender seus impactos em águas
doces subtropicais e possibilitar condições adequadas de operação do sistema de represas.
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