Imunização anti-GnRH como um modelo para estudo da suplementação exógena de gonadotrofinas em fêmeas bovinas
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Data
2021-08-31Primeiro coorientador
Gasperin, Bernardo Garziera
Primeiro membro da banca
Mondadori, Rafael Gianella
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A suplementação de gonadotrofinas é necessária nas biotécnicas da reprodução. Em vacas no pós-parto, o uso de gonadotrofina coriônica equina (eCG) representa a única alternativa hormonal para estimular o crescimento folicular e aumentar as taxas de concepção. Alternativamente, o uso de FSH foi avaliado, porém, se mostrou ineficaz devido à curta meia-vida. Estudos utilizaram o modelo de vaca pós-parto para estudar a suplementação de gonatrofinas. Alternativamente, implantes com agonistas de GnRH permitem inibir a atividade ovariana, limitando o crescimento dos folículos até 4 mm de diâmetro. A imunocastração com a vacina comercial anti-GnRH (Bopriva®) também pode representar um modelo, porém, se torna necessário testar sua viabilidade. Portanto, objetivou-se validar um modelo para estudar fontes alternativas de suplementação com gonadotrofinas. No experimento 1, oito vacas cíclicas adultas, receberam a vacina anti-GnRH em duas doses com um intervalo de trinta dias. Em seguida, as vacas foram separadas em três grupos experimentais: Grupo 1: 400UI de eCG, grupo 2: 50 mg FSH+Pluronic F127 e grupo 3: 50 mg FSH, sendo realizada avaliação da dinâmica folicular. No Experimento 2, seis vacas foram selecionadas, três cíclicas (grupo controle) e três em anestro induzido pelo uso de vacina anti-GnRH (grupo Bopriva). No D0, as vacas cíclicas receberam um implante vaginal contendo 1 g de progesterona e 2 mg de benzoato de estradiol I.M., enquanto as vacas do grupo Bopriva não foram tratadas. Cinco dias após (D5), o tratamento com FSH (Folltropin) foi iniciado em todas as vacas, administrado em oito aplicações decrescentes com um intervalo de 12 h, totalizando 200 mg FSH por vaca. Nas vacas cíclicas, 500 μg de cloprostenol sódico foram administrados no D8, quando foram retirados os implantes vaginais. No Experimento 3, foram utilizadas seis vacas imunocastradas com duas doses da vacina anti-GnRH. No D0, as vacas receberam 830 UI de eCG e implante de 1g de progesterona. Quarenta e oito horas depois (D2), foi administrada outra dose de 830 UI de eCG. No D6,5 do experimento a ovulação foi induzida pela administração de 1250 UI de hCG. No D9, a ovulação foi avaliada e coletas de sangue foram realizadas no D6,5 até o D14, para mensurar as concentrações de progesterona. No experimento 1, todas as vacas responderam ao tratamento com a vacina anti GnRH, observando-se apenas folículos com diâmetro inferior a 4 mm, mostrando eficácia da vacina. Porém, nenhum dos tratamentos com dose única induziu o crescimento folicular. No Experimeno 2, todas as vacas responderam ao protocolo de superovulação com FSH, apresentando múltiplos folículos > 8 mm, comprovando a reversão do efeito vacinal. No experimento 3, após a segunda aplicação de eCG, quatro vacas responderam ao tratamento com pelo menos um folículo > 10 mm. Vacas que apresentaram folículos pré-ovulatórios responderam ao tratamento com hCG e ovularam, apresentando concentrações de progesterona acima de 20 ng/mL sete dias após o tratamento, demonstrando a funcionalidade dos corpos lúteos. Portanto, conclui-se que a imunocastração com vacina anti-GnRH pode ser utilizada como modelo para o estudo de alternativas para a suplementação exógena de gonadotrofinas em fêmeas bovinas.
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