Análise microestrutural de concretos com substituição parcial de cinza de casca de arroz em altas temperaturas
Resumo
O emprego de materiais cimentícios suplementares, como a cinza de casca de arroz (CCA), como substituição parcial do cimento Portland é comumente estudado e, em temperatura ambiente, pode conferir resistência mecânica e durabilidade ao concreto. Entretanto, é necessário aprofundar os estudos do comportamento de concretos com CCA quando elevados a altas temperaturas. Nesta pesquisa, a técnica de difração de raios X (DRX) foi utilizada para caracterizar mineralogicamente concretos contendo CCA antes e depois de serem expostos a altas temperaturas e para correlacionar as fases minerais identificadas com o comportamento mecânico das amostras. É importante salientar que esses concretos foram preparados em pesquisa anterior, com relação constante de a/agl de 0,45 e 25% de substituição de cimento por CCA. Após 91 dias de cura em câmara climatizada, as amostras foram aquecidas conforme as instruções da RILEM TC 129-MHT (RILEM Technical Committee, 2004) e permaneceram no forno por 60 minutos quando atingiram patamares de temperatura de 200 °C, 400 °C, 600 °C e 900 °C, a uma taxa de 1 °C/min. O ensaio de resistência à compressão foi realizado após o resfriamento lento dos corpos de prova. Foram coletados pequenos fragmentos dos corpos de prova submetidos à compressão, preparadas as amostras e realizadas análises de difração de raios X. Para as amostras de concreto contendo CCA, foi verificado nos difratogramas de raios X que a intensidade dos picos característicos de portlandita decresceu, sugerindo reações pozolânicas à temperatura ambiente. Entretanto, o aumento de resistência à compressão nesse patamar foi de 6,58%. A primeira redução de resistência à compressão representativa aconteceu nas amostras submetidas a 600 °C, 42% para o concreto referência e 44% para o concreto contendo CCA. Nesse patamar de temperatura não foram mais identificados os picos característicos de portlandita. Para as amostras expostas a 900 °C, não foram mais identificados os picos característicos de CaCO3. Nesse mesmo patamar de temperatura, houve a maior queda de resistência dos concretos, 95% para o concreto referência e 92% para o concreto contendo CCA.
Coleções
- TCC Engenharia Civil [249]
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