Efeitos do tipo ansiolítico e antiestresse da taurina em peixe-zebra (Danio rerio)
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Data
2020-03-24Primeiro coorientador
Rosemberg, Denis Broock
Primeiro membro da banca
Siebel, Anna Maria
Segundo membro da banca
Rico, Eduardo Pacheco
Terceiro membro da banca
Bochi , Guilherme Vargas
Quarto membro da banca
Araújo, Daniel Mendes Pereira Ardisson de
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Os transtornos mentais são um grande desafio à saúde global, consideradas pandemias do século XXI. Cerca de um terço da incapacidade mundial é causada por problemas relacionados à saúde mental. Frente a isso, a Organização Mundial da Saúde desenvolveu um plano de ação, que busca novas estratégias de promoção e prevenção em saúde mental, e o fortalecimento das pesquisas na área. Portanto, os estudos que visam desvendar novas terapias na área de saúde mental tornam-se atraentes. A taurina tem sido estudada como terapia adjuvante em transtornos do sistema nervoso central (SNC), devido ao potencial de prevenção à excitotoxicidade do glutamato, regulação do cálcio, dos processos inflamatórios e estresse oxidativo. No presente estudo, buscamos melhor compreender as ações da taurina como tratamento dos transtornos mentais em humanos através do peixe-zebra (Danio rerio) como organismo modelo. Em uma revisão sistemática, descrevemos as suas principais contribuições e limitações como organismo modelo, avaliando os efeitos centrais da taurina em doenças neuropsiquiátricas. Ao fim, concluímos que o peixe-zebra é um organismo modelo com grande potencial para a avaliação dos efeitos neuroprotetores da taurina nessas doenças. Posteriormente, investigamos os efeitos de três concentrações de taurina (42, 150, 400 mg/L) em modelos comportamentais de estresse e ansiedade em peixe-zebra. Descobrimos que a taurina modula as respostas comportamentais e neuroendócrinas nessa espécie em diferentes contextos. No primeiro experimento, os peixes foram testados no teste do tanque novo e claro-escuro após o tratamento com taurina. Não observamos diferença comportamental no tanque novo, apenas no claro-escuro. Todas as concentrações de taurina evitaram o comportamento do tipo ansiedade (escotaxia) nos peixes, permitindo que passassem mais tempo na área clara, indicando atividade ansiolítica. No segundo experimento, os peixes foram desafiados a um estressor agudo mecânico (perseguição com rede) ou químico (exposição à substância de alarme de coespecífico; CAS) nos mesmos testes comportamentais anteriores. Todas concentrações de taurina evitaram comportamentos relacionados ao estresse desencadeados por CAS. A menor concentração de taurina também preveniu a carbonilação de proteínas ocasionada por perseguição com rede, sugerindo uma possível atividade antioxidante. No entanto, a maior concentração estimulou excessivamente tanto parâmetros oxidativos quando antioxidantes desencadeados pelos dois estressores. A maior concentração também inibiu a liberação de cortisol em resposta ao CAS, indicando ação antiestresse. Apesar dos fenótipos apresentados aqui representarem respostas complexas de interações multifacetadas de vários sistemas de neurotransmissores, acreditamos que a taurina possa exercer ação terapêutica em transtornos mentais relacionados ao estresse.
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