Estratégias de comunicação e apropriações do paradigma da convivência com o semiárido brasileiro: análise da experiência da ASA no sertão de Pernambuco
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Data
2021-12-15Primeiro coorientador
Hillig, Clayton
Primeiro membro da banca
Amorim, Andrea de Lima Trigueiro de
Segundo membro da banca
Freitas, Helder Ribeiro
Terceiro membro da banca
Santos, Maria Salett Tauk
Quarto membro da banca
Amaral, Thiago Magalhães
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O presente estudo tem como objetivo analisar as apropriações na construção do paradigma e das estratégias de comunicação utilizadas pela Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) numa rede de mobilizações no esforço de viabilizar a proposta da “convivência com o Semiárido”, frente ao modelo secularmente vigente do “combate à seca”. Especificamente, o que se quer compreender é se as estratégias de comunicação e as apropriações contribuem para a perspectiva do paradigma da convivência por meios dos técnicos da ASA e também das organizações locais e das famílias agricultoras no município de Afogados da Ingazeira, no Sertão do Pajeú, em Pernambuco. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, que elencou a cultura como centro dos processos comunicativos privilegiando os contextos populares, que são os territórios rurais, ou seja, o ponto de partida teórico-metodológico trilhado para a construção deste trabalho são os Estudos Culturais. Para fundamentar as teorias aplicadas aos temas centrais como “Sertão”, foi ancorado em Leitão (2011), Moraes (2013) e Ab’Saber (1985). Albuquerque Junior (2009) e Silva (2006) trazem a perspectiva da “Convivência com Semiárido”. Sobre as “apropriações”, buscou-se se amparar em Hall (1997) e Ripoll (2004). Canclini (2005), Martin-Barbero (1996) e Souza (2000) trouxeram o compromisso com as “Culturas Populares” e com os “Estudos Culturais”. Tauk Santos e Callou (2016) dão conta do debate sobre “comunicação e extensão rural”. Toro e Werneck (2004) e Peruzzo (2004) apresentam o entendimento e as características de “mobilização social”. Na reflexão sobre “paradigma”, apoiou-se em Kuhn (2002). Ainda sobre “estratégias de comunicação”, contou com as contribuições de Kunsch (2018), Henriques (2004) e Henderson e Almeida (2003). Além da pesquisa bibliográfica, foram realizadas entrevistas com aplicação de roteiros, análise de conteúdos e de documentos. Esta pesquisa evidenciou que ASA reconhece a comunicação como estratégia e elemento importante para a consolidação da convivência com o Semiárido, bem como componente metodológico, instrumental e fundamental nos seus programas. As famílias agricultoras envolvidas nas dinâmicas dos trabalhos, de fato, apropriam-se do paradigma da convivência com o Semiárido, por meio da metodologia de trabalho e das estratégias de comunicação utilizadas pela Articulação. Um outro achado importante e significativo desta pesquisa foi o protagonismo das mulheres na construção do paradigma da convivência com a região, principalmente as agricultoras. São elas que, na maioria das vezes, estão à frente das ações da ASA e da execução das tecnologias sociais, participando dos espaços de articulação e decisões. Ao estarem engajadas com as ações da Articulação, tornam-se fortalecidas, valorizadas, reconhecidas e cada vez mais comprometidas com a organização e com a vida da comunidade.
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