Dinâmica do escoamento superficial e da erosão em encostas sob plantio direto
Visualizar/ Abrir
Data
2019-10-29Primeiro membro da banca
Swarowsky, Alexandre
Segundo membro da banca
Michelon, Cleudson José
Terceiro membro da banca
Boeni, Madalena
Quarto membro da banca
Hörbe, Tiago de Andrade Neves
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O plantio direto (PD) é adotado mundialmente, no Brasil, e abrange mais de 32 milhões de
hectares, sendo utilizado como uma estratégia de conservação do solo. No entanto, estudos
conduzidos no Sul do Brasil, região que se destaca na produção agrícola sob PD, demonstram,
em seus resultados, problemas de erosão, destacando-se que a causa é o atual manejo adotado
com o binômio soja/trigo ou aveia, promovida pela simplificação dos seus princípios e
favorecendo a formação do escoamento superficial. Dessa forma, o objetivo deste estudo é
avaliar o comportamento hidrológico e erosivo de encostas agrícolas sob plantio direto e
diferentes condições de manejo de água, solo e planta. O estudo foi conduzido no Centro de
Pesquisa em Sementes, localizado em Júlio de Castilhos, onde o solo é classificado como
Nitossolo Vermelho Distroférrico. Seis unidades de monitoramento foram exploradas: duas
bacias de ordem zero (2,4ha) com curvatura convergente e quatro macroparcelas retilíneas
(0,6ha). As perdas de água e solo foram monitoradas em seções de monitoramentos instaladas
no exutório das encostas e sob condição de chuva natural. O manejo de água testado foi a
presença de terraços (com e sem terraço) e os manejos de solo e de planta testados foram a
escarificação e a rotação de cultura. O período de monitoramento ocorreu entre 2014 e 2018,
totalizando 63 eventos nas bacias e 27 nas macroparcelas. Os resultados demonstram que o
plantio direto adotado não é suficiente para controlar o escoamento superficial e os processos
erosivos. A adoção do manejo de água reduziu em 56% as perdas de água e em 70% as de solo.
O manejo de planta pronunciando maior adição de fitomassa não se mostrou eficiente no
controle do escoamento superficial para eventos de média e alta magnitude, mas foi eficiente
no controle das perdas de solo. O manejo de solo (escarificação) apenas reduziu as perdas de
água em relação ao plantio com baixa adição de fitomassa, não sendo um manejo recomendável.
Os parâmetros hidráulicos foram estimados e apresentados considerando a magnitude da chuva
e a sazonalidade da cobertura, reforçando os benefícios da adoção do terraceamento e da
influência do relevo na propagação do escoamento superficial. Isso demonstrou a importância
de estudos de monitoramento em escala de encosta e de bacia pareadas, para a compreensão do
comportamento hidrológico e sedimentológico de diferentes práticas de manejo de água, solo e
planta associadas ao plantio direto e a determinação de estratégias de práticas de manejos mais
conservacionistas para o desenvolvimento da agricultura.
Coleções
Os arquivos de licença a seguir estão associados a este item: