Composição das ceras cuticulares de maçãs ‘Cripps Pink’, ‘Maxi Gala’ e ‘Elstar’: consequências no metabolismo e qualidade do fruto após o armazenamento
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Data
2021-02-26Primeiro coorientador
Brackmann, Auri
Primeiro membro da banca
Weber, Anderson
Segundo membro da banca
Neuwald, Daniel Alexandre
Terceiro membro da banca
Thewes, Fabio Rodrigo
Quarto membro da banca
Anese, Rogerio de Oliveira
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O cultivo da maçã tem a colheita restrita a poucos meses do ano, resultando em períodos de alta e baixa oferta da fruta. Por sua sazonalidade, o armazenamento é importante para ofertar frutas de qualidade no período entressafra. Como alternativa ao armazenamento em atmosfera controlada (AC), novas tecnologias de armazenamento vêm sendo desenvolvidas, estas utilizam técnicas capazes de reduzir a pressão parcial de O2 de maneira segura pelo monitoramento do limite mínimo de O2 (LMO), o qual está associado ao metabolismo do fruto. Esses sistemas de armazenamento são conhecidos como atmosfera controlada dinâmica (ACD). Sistemas de ACD já mostram vantagens quanto à manutenção da qualidade pós-colheita de frutas por um período de tempo maior. Estudos recentes têm mostrado aspectos importantes em relação à cutícula da epiderme e ao desempenho pós-colheita dos frutos. Entretanto, a avaliação de composição cuticular associada às técnicas de ACD não foram reportados até o presente momento. Em vista disso, no presente trabalho foram desenvolvidos 3 artigos científicos com os objetivos de: [1] avaliar as mudanças na concentração e composição química de ceras de casca de maçã ‘Cripps Pink’ após armazenamento sob condições AC, ACD monitorada pela fluorescência de clorofilas (ACD-FC) e ACD monitorado pelo quociente respiratório (ACD-QR) e a relação destas alterações com o metabolismo, incidência de podridões e desenvolvimento da oleosidade na epiderme da fruta; [2] avaliar os efeitos da interação entre os métodos ACD (FC e QR) e 1-MCP na concentração, composição química da cera e na qualidade geral de maçãs ‘Maxi Gala’ após o armazenamento; [3] avaliar a concentração e a composição química de ceras da casca de maçãs ‘Elstar’ armazenadas sob AC, ACD-CF, ACD-QR e comparar com ACD-DC (um método recentemente desenvolvido de ACD, baseado na produção de CO2 das frutas) e relacionar as alterações com o metabolismo, incidência de podridões e qualidade geral dos frutos. O armazenamento em ACD de maçãs ‘Cripps Pink’ aumentou o teor de cera total ao longo da vida de prateleira, embora as maçãs armazenadas em ACD-QR não desenvolveram oleosidade na epiderme, que é considerada um distúrbio fisiológico de armazenamento. Ésteres graxos, ácido ursólico, ácido oleanólico e ácido palmítico foram correlacionados com maior oleosidade na epiderme. ACD-QR1,3 apresentou a menor taxa respiratória, evidenciando um menor metabolismo e corroborando com o maior número de frutos sadios e, consequentemente, uma melhor condição de armazenamento. O armazenamento com menor pressão parcial de oxigênio (pO2), como em ACD-QR, pode ter favorecido mecanismos de adaptação contra o baixo pO2, induzindo a formação de compostos como 10-nonacosanol e octacosanol, que confere uma estrutura cristalina à cutícula. Para maçãs ‘Maxi Gala’, a aplicação de 1-MCP foi eficaz na redução da produção de etileno em AC, embora ACD, especialmente ACD-QR, também tenha se mostrado eficiente na redução do metabolismo geral da fruta. Quanto à cera cuticular, as atmosferas de armazenamento e o tratamento com 1-MCP não influenciaram o teor total de cera. As composições de cera das maçãs armazenadas em ACD foram semelhantes quando o 1-MCP foi aplicado. Entretanto, o 1-MCP pode estar associado a uma supressão na biossíntese de alcanos e, consequentemente, maior perda de massa nos frutos armazenados em ACD. Para maçãs ‘Elstar’, o armazenamento sob ACD-QR e ACD-DC ou AC+1-MCP reduziu a produção de etileno e retardou o amadurecimento dos frutos. ACD resultou menor incidência à podridão em relação à AC. ACD-QR e -DC resultaram em frutos mais verdes (ºHue) e mais opacos (C*) quando comparados, principalmente ao AC, foram os tratamentos com os teores de cera mais baixos e apresentaram similaridade na composição química da cera. De maneira geral, as alterações na composição de cera mostraram variações significativas relacionadas ao armazenamento e especificidades das cultivares. Entretanto, o entendimento das relações entre características pós-colheita e componentes químicos específicos ainda é preliminar. Novos estudos podem levar a uma melhor compreensão dos mecanismos subjacentes à grande variação no potencial pós-colheita de maçãs relacionados à camada cuticular.
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