Influência da certificação ecológica de produtos de tecnologia da informação no comportamento do consumidor
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Data
2022-04-28Primeiro coorientador
Kocourek, Sheila
Primeiro membro da banca
Oliveira, Marta Olivia Rovedder de
Segundo membro da banca
Trevisan, Marcelo
Terceiro membro da banca
Lunardi, Guilherme Lerch
Quarto membro da banca
Alves, Ricardo Ribeiro
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A Tecnologia da Informação Verde (TI Verde) envolve o consumo eficaz e eficiente de recursos, por meio do uso de infraestruturas de TI para abordar a sustentabilidade ambiental (HERNANDEZ, 2017), sendo que começou a ser abordada na literatura acadêmica a partir de 2007. O objetivo deste trabalho foi verificar a influência da certificação ecológica no comportamento do consumidor, considerando o cenário da tecnologia da informação brasileira. Efetuou-se uma bibliometria e entrevistas com autores relevantes internacionalmente e nacionalmente da área de TI Verde a fim de dar suporte à construção de um modelo experimental online, a partir da lacuna identificada em relação ao comportamento do indivíduo. Integrou-se ainda os temas consumo verde e valor da marca – com a utilização dos construtos de Lages e Vargas Neto (2002) e Oliveira (2013), respectivamente. Os sujeitos que participaram da pesquisa foram docentes e técnico-administrativos em educação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Dentre os quatro notebooks da tarefa do experimento, o “vencedor”, em termos de escolha de compra, foi o modelo da HP, com processador i5 e certificação ecológica. Os outros três modelos são: HP, i3, com certificação; Dell, i3, sem certificação; Dell, i5, sem certificação. Em geral, a pesquisa procurou demonstrar o panorama do mercado da TI Verde no contexto brasileiro. Utilizou-se a estatística não paramétrica e análise qualitativa para obtenção dos resultados. Em relação às hipóteses, tem-se que, a partir do que os respondentes afirmaram: o atributo mais considerado pelos sujeitos na escolha de notebooks é desempenho. Após, encontra-se preço e marca. Certificação ecológica ocupa a última posição. Entretanto, é importante levar em conta que nem sempre o que é expresso como atributo mais importante aparece como motivo principal de compra de um notebook. Por exemplo, na análise qualitativa, a certificação ecológica se sobrepõe à marca nos motivos de escolha de compra dos dois produtos que possuem certificação ecológica no experimento (da marca HP). A segunda hipótese testada na pesquisa: “quanto maior o consumo sustentável, maior a intenção de compra de produtos com certificação ecológica” foi parcialmente aceita em 29% (em 7 de 24 variáveis do construto consumo sustentável). A terceira hipótese: “uma atitude positiva em relação à certificação ecológica acarreta maior intenção de compra” foi aceita parcialmente em 26%, quando se considera a análise quantitativa. A análise qualitativa evidenciou que o selo ecológico é citado em segundo lugar como motivo de escolha do notebook vencedor, já especificado acima. No entanto, é importante considerar que os resultados de preferências iniciais e, posteriormente, de valor da marca apontam para a marca Dell. A hipótese 4: “uma atitude positiva em relação à certificação ecológica acarreta maior percepção de valor da marca nos produtos ecologicamente corretos” possui percentual de aceitação em 31% (8 de 24 variáveis do construto valor da marca). Os achados vão ao encontro de Schmidt et al. (2010) há 12 anos: 26,6% de mercado para produtos verdes na área de TI, tendo-se como parâmetro o período de finalização deste estudo. Assim, mesmo tendo passado mais de uma década, ainda os achados parecem estar muito próximos. Acredita-se que o elevado quantitativo de respondentes com desconhecimento em relação à certificação ecológica dos produtos (57% e 55% nos dois produtos que apresentam esta especificação) traz a necessidade de ações de esclarecimento e divulgação dos selos ecológicos e, especificamente, na área de TI. No geral, em torno de 9% dos participantes não conhece o selo EPEAT. Para Alves (2017a), muitos selos são desconhecidos pelos consumidores. Quanto ao construto consumo sustentável, os aspectos que se destacam são referentes à economia de energia e reciclagem. Segundo Schmidt et al. (2010), baixo consumo de energia e o conceito de descarte são argumentos importantes para os consumidores. Destaca-se que os resultados da análise qualitativa, os apontamentos estatísticos e os resultados quanto à escolha de compra de notebook sugerem que os indivíduos do gênero feminino atentam mais para a certificação ecológica do que os do masculino. No estudo de Schmidt et al. (2010), as clientes do sexo feminino valorizaram atributos ecologicamente corretos. Segundo Young et al. (2010), em cada decisão de compra de um produto ou serviço, existe um potencial maior ou menor de contribuição para um padrão de consumo mais ou menos sustentável, o qual envolve aspectos como ética, recursos, resíduos e impacto na comunidade. Encontrou-se ainda que: gostar de um produto não indica necessariamente que o consumidor vá comprá-lo. Diferenças são observadas quando ocorre a variação: produtos apresentados separadamente versus os 4 produtos mostrados juntos. Espera-se que os resultados deste trabalho possam fomentar a academia e o mercado brasileiro a fim de que ocorram avanços na discussão e implementação de medidas de sustentabilidade na área de tecnologia da informação. Ainda, busca-se contribuir com a disseminação e implementação dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030.
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