Mulheres profissionais pós maternidade e a manifestação das estratégias de autoliderança em suas vivências no trabalho
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Data
2022-06-14Primeiro membro da banca
Santos, Carolina Maria Mota
Segundo membro da banca
Dias Junior, Jose Jorge Lima
Terceiro membro da banca
Andrade, Taís de
Quarto membro da banca
Estivalete, Vania de Fátima Barros
Metadata
Mostrar registro completoResumo
As mulheres profissionais brasileiras consolidaram a atuação no mercado de trabalho integrando múltiplos papéis, muitas vezes unindo o exercício da maternidade, em busca de realização pessoal e profissional. Na atualidade, a possibilidade de manutenção ativa das esferas carreira e vida pessoal com filhos é considerada primordial na trajetória feminina. Entretanto, neste caminho persistem obstáculos a serem superados, incluindo aqueles relacionados à sobrecarga de responsabilidades decorrentes da conciliação da vida profissional, pessoal e familiar, pois as mulheres permanecem sendo as principais responsáveis pela criação e vínculo com os filhos (LIMA; LUCAS; FISCHER, 2011; OLIVEIRA et al., 2011; ANDRADE, 2012; FRANCO, 2018; REIS et al. 2018). Isso leva ao presente estudo, com o objetivo de analisar de que maneira as mulheres profissionais pós maternidade brasileiras manifestam a utilização de estratégias de autoliderança, por meio de suas categorias e dimensões constitutivas, em suas vivências no trabalho. Assim, propôs-se pesquisar a realidade da mulher profissional pós maternidade no trabalho, reconhecendo a complexidade de sua vivência, os conflitos e desafios envolvidos na conciliação de seus papéis, e tendo a autoliderança como uma alternativa a ser utilizada pelas mulheres no processo de condução de suas vidas profissionais e pessoais. Para tanto, foram realizados dois estudos, sendo o primeiro de natureza quantitativa, por meio da aplicação de survey com a escala RSLQ-Br de autoliderança junto a 354 mulheres profissionais brasileiras pós maternidade, que permitiu a investigação das propriedades psicométricas da escala e a identificação das categorias e dimensões da autoliderança com maior incidência entre as participantes. O segundo estudo, de caráter qualitativo, foi desenvolvido pela aplicação de entrevistas semiestruturadas com 21 mulheres, caracterizadas quanto às suas trajetórias de trabalho e de maternidade, que tiveram a utilização de estratégias de autoliderança analisada para compreender a manifestação em suas vivências cotidianas e o papel da autoliderança em suas trajetórias profissionais pós maternidade. No Estudo 1, após a validação da escala RSLQ-Br de autoliderança para aplicação junto às mulheres profissionais pós maternidade, foi identificada maior incidência de utilização da categoria de estratégias para recompensas naturais, seguida das categorias de estratégias de padrões de pensamentos construtivos e focadas em comportamento. Já no Estudo 2 foi possível identificar o uso das três categorias de estratégias de autoliderança, além de demonstrar como as mulheres percebem suas experiências na conciliação de papéis laborais e maternos. Os resultados obtidos demonstram a utilização cotidiana das estratégias de autoliderança pelas mulheres profissionais pós maternidade participantes em suas vivências no trabalho, mas permanecem os desafios e dificuldades relacionadas à conciliação de maternidade e trabalho, que indicam a necessidade de serem desenvolvidas políticas públicas e organizacionais que permitam aliviar parte das pressões e da sobrecarga sofrida por estas mulheres. A pesquisa avança a discussão sobre a conciliação de maternidade e trabalho, ressaltando a importância da utilização de estratégias que possibilitem melhores resultados nos dois campos, fortalecendo as mulheres profissionais, explorando possíveis alternativas que permitam melhor equilíbrio, menor sobrecarga e a diminuição da culpa na divisão de afazeres e responsabilidades.
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