Repercussões da pandemia da covid-19 na vacinação em crianças
Resumo
A vacinação constitui uma das medidas mais eficientes na promoção da saúde. No Brasil, no ano de 1973, foi criado o Programa Nacional de Imunizações (PNI), ampliando e garantindo o acesso da população às vacinas e avaliando, através de estudos, o impacto da vacinação sobre a saúde pública. Alguns dos principais indicadores utilizados para a avaliação da vacinação são a Cobertura Vacinal, Taxa de Abandono e Taxa de Homogeneidade Vacinal. Durante os últimos anos vem ocorrendo a redução de tais indicadores em escala mundial, fenômeno intensificado após o início da pandemia da covid-19. Deste modo, o presente estudo teve por objetivo analisar a repercussão da pandemia na cobertura, taxa de abandono e homogeneidade vacinal em crianças nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Realizou-se um estudo epidemiológico de série temporal com base nos dados disponibilizados pelo Departamento de Informática do SUS (DATASUS) sendo comparados os dados dos períodos pré-pandemia (2018-2019) e durante a pandemia (2020-2021). Os resultados encontrados demonstraram que durante o período da pandemia da covid-19 a cobertura vacinal e a taxa de homogeneidade apresentaram redução para todas as vacinas analisadas nos três estados estudados, destacando-se as vacinas BCG, tríplice viral e tetra viral. As taxas de abandono se mantiveram abaixo de 5%, com exceção da vacina tríplice viral, tanto no período anterior quanto durante a pandemia. Pode-se concluir, que o período da pandemia da covid-19 intensificou a queda nos indicadores de cobertura vacinal e taxa de homogeneidade o que gera preocupação por significar o aumento no risco de circulação de doenças imunopreveníveis já controladas e, diante de tais conclusões, faz-se necessário intensificar as campanhas de conscientização da população sobre a importância da vacinação para a saúde tanto individual quanto coletiva.
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