Condição muscular e deglutição na doença pulmonar obstrutiva crônica
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Data
2021-07-30Primeiro membro da banca
Pasqualoto, Adriane Schmidt
Segundo membro da banca
Dornelles, Silvia
Metadata
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Além do comprometimento pulmonar, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)
causa diferentes alterações sistêmicas, dentre elas, a disfunção muscular. Tal
alteração pode ter repercussão também na deglutição, uma vez que a atividade
muscular durante a transferência do bolo alimentar da boca para o esôfago necessita
estar adequada, com o intuito de manter a proteção das vias aéreas. Sendo assim, o
objetivo do presente trabalho foi analisar a relação entre Força de Preensão Manual
(FPM) e Tempo de Trânsito Faríngeo (TTF) em indivíduos com DPOC. Trate-se de
um estudo de caráter quantitativo, transversal e descritivo através da análise de dados
secundários do tipo individual em banco de dados. A amostra foi composta por 16
indivíduos com diagnóstico de DPOC, de ambos os sexos e média de idade de 65,7
anos. Foram coletadas dos prontuários as informações quanto à FPM, assimetria de
FPM, Videofluoroscopia da Deglutição (VFD), protocolo Volume-Viscosity Swallow
Test (V-VST) e Índice de massa corporal (IMC). Os dados receberam tratamento
estatístico por meio do pacote estatístico SPSS (Statistical Package for Social
Sciences), versão 26.0. Foram realizados o teste de correlação de Pearson, o cálculo
do efeito da amostra e regressão logística binária. Observou-se que a maioria dos
indivíduos apresentaram DPOC grave (62,5%), FPM reduzida e o IMC proporcional
entre as classificações (desnutrição, eutrofia, obesidade). Constatou-se ainda, que a
maioria dos indivíduos apresentaram deglutição normal (43,75%), V-VST sem
alterações (62,5%) e TTF para líquido de 0,88 segundos e para pastoso de 0,81
segundos. Quanto às correlações entre as variáveis, não se observou correlação
significativa entre a classificação da deglutição e o restante das variáveis. No entanto,
obteve-se correlação significativa (p = 0,012), mesmo que fraca (r = -0,608), entre TTF
e FPM não dominante (FPM-ND). Com o objetivo de verificar a presença de risco para
deglutição, foi considerado para regressão a variável dependente o V-VST e as
variáveis independentes FPM-D, FPM-ND e assimetria de FPM. Porém, as variáveis
não foram significativas para o modelo de predição. Este estudo demonstrou que
indivíduos com DPOC apresentam TTF mais lento e correlação negativa fraca somente entre as variáveis TTF e FPM-ND. Ainda, não possível considerar as
variáveis FPM e assimetria de FPM como variáveis de risco para alteração de
deglutição.
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