O lugar de fala na comunicação midiática contra o sexismo: ambivalência discursiva e política
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Data
2020-03-30Primeiro membro da banca
Emerim, Cárlida
Segundo membro da banca
Cougo, Laura Hastenpflug Wottrich
Terceiro membro da banca
Castro, Maria Lilia Dias de
Quarto membro da banca
Rosário, Nísia Martins do
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Esta tese defende a concepção de que um sujeito pode assumir lugares de fala por si-mesmo e/ou em conjunto a outrem, ao se posicionar socialmente em situações de comunicação, a partir de suas adscrições identitárias e no âmbito de práticas semiótico-discursivas predeterminadas. Investiga-se o discurso midiático promocional contra o sexismo da campanha ElesPorElas/HeForShe, desenvolvida pela ONU Mulheres e televisionada pelo canal GNT, ao analisar como os sujeitos são convocados a exercer um lugar de fala com outro/a. A proposta é orientada pela justificativa de aprofundar o debate sobre a noção dos lugares de fala nos estudos da Comunicação. Orienta-se, ainda, pelo reconhecimento de como um sujeito é convocado a assumir um lugar de fala com outro/a na produção discursiva sobre a campanha. Tem-se como material empírico as produções audiovisuais veiculadas pelo GNT desde a adesão da campanha pelo canal, além de outros textos audiovisuais que contextualizam a ElesPorElas. Parte-se de um quadro teórico que visa abranger a noção dos lugares de fala através da articulação entre os conceitos de discurso e identidade no cenário das relações de poder e vinculá-la ao âmbito relacional da comunicação. Compreende-se, então, os lugares de fala como estratégias de enunciação que relacionam a fala do sujeito à identidade por ele assumida. O debate é problematizado ao evidenciar a situação de um sujeito falar em conjunto a outro/a através do movimento de alteridade. A argumentação ressalta que a noção de lugares de fala comporta uma ambivalência: a discursivo-pós-estruturalista e a político-representacional. Ademais, apresenta-se uma contextualização sobre os estudos de gênero que visa destacar o feminismo visionário como um movimento político amoroso e oposto à perspectiva de ódio aos homens. O desenvolvimento metodológico se alicerça em uma estruturação da semiótica discursiva com a qual se examina o material empírico a partir das relações que os textos contraem com o seu contexto (nível paratextual); com outros textos que os precedem ou sucedem (nível intertextual sintagmático); e internamente com os planos de conteúdo e expressão (nível intratextual). A análise paratextual de contextualização sócio-histórica e enunciativa se dividiu em duas dimensões: 1) a ampla, que reconheceu a campanha ElesPorElas/HeForShe como direcionada à luta contra o sexismo, pela igualdade de gêneros e orientada pelo objetivo de convidar os homens a se posicionarem favoravelmente à causa; e 2) a restrita, que apresentou a história e a configuração sociocultural do canal televisivo GNT. A intertextualidade destacou informações sobre a produção dos textos audiovisuais promocionais difundidos pelo GNT. Pela via da intratextualidade, realizou-se os exames do plano de expressão e de conteúdo das peças. Constatou-se a viabilidade de um sujeito ser convocado e assumir lugares de fala com outros/as em situações de comunicação visibilizadas pelo canal GNT através do reconhecimento de suas adscrições identitárias, do exercício da alteridade e vinculando-se à propriedade discursivo-pós-estruturalista.
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