A judicialização da política e os sentidos especulativos do acontecimento "CPI da Covid" na Folha de S.Paulo e no Twitter
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Data
2022-03-30Primeiro membro da banca
Corrêa, Elizabeth Nicolau Saad
Segundo membro da banca
Storch, Laura Strelow
Terceiro membro da banca
Träsel, Marcelo Ruschel
Quarto membro da banca
Silva, Sandra Rubia da
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Esta tese tem como objetivo principal analisar os sentidos concedidos pelo jornal Folha de S.Paulo e pelos usuários do Twitter ao acontecimento Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia, mais conhecido como “CPI da Covid” que ocorreu no período de 27 de abril a 26 de outubro de 2021. Para isso, parte-se de 65 matérias do jornal Folha de S.Paulo, que compreende um corpus que vai do dia inicial da instalação até o depoimento mais esperado, do ex-ministro Eduardo Pazuello, ocorrido nos dias 19 e 20 de maio de 2021; e de 1113 tweets coletados a partir da hashtag CPIdaCovid no período de 10h a 12h do dia 19 de maio. Ambos corpora passaram por tratamento de dados via software IRaMuTeQ, em que foram gerados dendrogramas com classes de palavras estáveis em relação ao seus vocabulários. Esses apontaram o protagonismo do senador Renan Calheiros, relator da Comissão, no que toca o corpus da Folha de S.Paulo; e a proeminência das affordances, no caso as hashtags, no que toca o corpus do Twitter. Depois dessa primeira fase de tratamento, seguiu-se para uma análise argumentativa na Folha de S.Paulo que confirmou a análise do software; e para uma análise tradicional de categorizações no Twitter, que comprovou a teoria de que as hashtags são agenciadoras de informações. Contextualmente, a pesquisa discute conceitos como Sociedade de Plataforma (VAN DIJCK, POELL, DE WAAL, 2018) que permite pensar o Twitter como uma plataforma de comunicação e também discutir as mudanças do discurso jornalístico neste cenário. No que toca os resultados finais, observa-se, além do que foi indicado pelo IRaMuTeQ, o fenômeno de judicialização da política e também os diferentes sentidos concedidos a CPI: bélico na Folha de S.Paulo e circense no Twitter. Ambos resultados 1) contemplam o contexto das plataformas, que não só mediam o discurso público, mas são atores que intervém na sua constituição 2) se encontram na proposta teórica do espetáculo (DEBORD, 2003) no momento em que se entende que, além de espetaculares, os sentidos são especulativos.
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