As super-heroínas no cinema: a tipificação das personagens femininas em filmes da década de 2010
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Data
2021-03-30Primeiro membro da banca
Gutmann, Juliana Freire
Segundo membro da banca
Brignol, Liliane Dutra
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Em um momento onde as diferenças de gênero e as lutas pela igualdade e respeito às mulheres retornam à pauta com grande intensidade nos diversos segmentos da sociedade e nos meios de comunicação, é preciso compreender o contexto social que envolve a disseminação de informações e a construção de imagens e discursos a respeito do tema. Estudar filmes populares de grande bilheteria como os filmes do gênero super-herói é também perceber o contexto de onde surgem, por onde são veiculados e como são consumidos. A compreensão de filmes produzidos dentro da lógica comercial e sua repercussão nos mais variados veículos de comunicação e redes sociais pode nos ajudar a entender a imagem feminina contemporânea. Diante do exposto, a questão norteadora desta pesquisa é “Qual a tipificação das protagonistas super-heroínas representadas nos filmes da década de 2010?” e tem como principal objetivo analisar a representação das super-heroínas nos filmes selecionados a fim de identificar as personagens-tipo. Como objetivos específicos propõe: verificar como são construídas as personagens na narrativa fílmica, por meio de características como comportamento, interações, aparência, história, entre outras; identificar se as personagens rompem ou mantêm estereótipos de gênero; relacionar o protagonismo feminino no gênero fílmico com o contexto cultural vivido; e, mapear as tipificações das super-heroínas no cinema. Esta pesquisa está situada pela perspectiva dos estudos culturais e das teorias feministas do cinema. Como principais autores utiliza Stuart Hall (1997, 2016), Raymond Williams (1979, 1993, 2003, 2007), Kathryn Woodward (2014) para falar sobre representação, identidade, estereótipos e tipificação; Ana Carolina Escosteguy (2010, 2016), Guacira Lopes Louro (1997), Joan Scott (1988, 1992, 1995) e Heleith Safiotti (1987, 1994, 2004) aprofundando as questões de gênero e lutas/conquistas feministas; Laura Mulvey (1975), Ann E. Kaplan (1983), Hillary Neroni (2005), Janet McCabe (2004) e Giselle Gubernikoff (2016, 2019) na perspectiva da crítica feminista do cinema. A metodologia empregada é a análise cultural-midiática, desenvolvida pelo grupo de pesquisa Estudos Culturais e Audiovisualidades do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFSM. Segundo as características de personagens “super-heróis,” do gênero fílmico de mesmo nome e também pelo protagonismo exercido foram determinadas as super-heroínas da década de 2010, totalizando dez super-heroínas. Para realizar a análise, foram selecionadas as personagens que possuem filme solo e uma diretora mulher, somando dois filmes: Capitã Marvel (2019) e Mulher-Maravilha (2017). A análise foi realizada por meio do encontro entre a representação das personagens e o contexto cultural vivido. A pesquisa determinou a tipificação da personagem Capitã Marvel por meio da inserção da “mulher em um relacionamento abusivo” e sua trajetória de rompimento e redescoberta de identidade. A Mulher-Maravilha foi tipificada como “mulher em conflito com a feminilidade,” pois a personagem precisa afirmar sua identidade contra a ideologia patriarcal que apresenta diversas barreiras para a super-heroína, além de tentar em diversos momentos encaixá-la nas normas sociais estabelecidos pela cultura representada. Ambas personagens apresentam perspectivas emergentes sobre a complexidade e diversidade da identidade do gênero feminino, principalmente a personagem Capitã Marvel.
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