A escola comum/educação especial: a relação da gestão com as práticas inclusivas
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2015-05-26Metadatos
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O presente estudo insere-se na Linha de Pesquisa em Educação Especial do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE), da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e analisa os efeitos da implementação da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008c) no que se refere à gestão escolar. O objetivo foi entender como se processam as relações dos gestores de escolas regulares da rede municipal de ensino com as práticas inclusivas. A pesquisa ancora-se em uma abordagem qualitativa, tendo como instrumento de investigação entrevistas semiestruturadas realizadas com os gestores de escolas municipais da cidade de Santa Maria, Rio Grande do Sul. Os projetos políticos pedagógicos também foram analisados. Os critérios de escolha das escolas incluíram aquelas com matrículas de estudantes público-alvo da Educação Especial e que oferecem o Atendimento Educacional Especializado (AEE). Para o tratamento dos dados, foi utilizado o método de Análise de Conteúdo (BARDIN, 2011), contemplando três categorias: Educação Especial, Gestão na Escola e Projeto Político Pedagógico (PPP). O aporte teórico deste estudo se orienta com base nas formulações teóricas das categorias elencadas. Os resultados das entrevistas mostram que os gestores das escolas pesquisadas dizem conhecer e até mesmo apontam algumas dificuldades sobre a proposta da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva: 1) identificação do público-alvo da política, que exclui os estudantes com dificuldade de aprendizagem, 2) dificuldade de interlocução entre os professores da classe comum e da Educação Especial no que se refere a planejamento e trocas de informações sobre os estudantes e 3) relutância quanto ao tempo para participar de formações. Os gestores, embora pontuem as dificuldades mais encontradas na implementação desta política, ainda acreditam que sua escola é inclusiva, pois, para eles, o fato de a filosofia da inclusão estar prevista nos PPP s já garante esta prerrogativa. Nas três escolas pesquisadas, o observado no PPP consiste em tópicos retirados da proposta da política, mas que não estão de acordo com a realidade da escola e a fala dos gestores. Percebe-se que essas escolas enfrentam dificuldades em identificar as ações e posturas inclusivas adotadas. Os gestores ainda acreditam que a inclusão não é para todos os estudantes e consideram o público-alvo da Educação Especial vinculado a ações do AEE.