Susbtituição do ligamento cruzado cranial em cães por segmento teno-ósseo homólogo conservado em glicerina a 98% e submetido a diferentes protocolos de reabilitação
Resumo
Conforme os indexadores de pesquisa em base de dados, existem na atualidade mais de 5.000 artigos científicos publicados em todo o mundo abordando questões em torno do ligamento cruzado de humanos e animais. As técnicas cirúrgicas de reconstrução do ligamento cruzado cranial (LCCr), classificadas como intra-articulares, empregam materiais homógenos, autógenos ou sintéticos com a
função de substituir anatomicamente o ligamento original e com isso prover estabilização da articulação do joelho. A maioria dos enxertos autólogos possui alguns inconvenientes quanto à fragilização da área doadora e a baixa resistência dos tecidos empregados. Já os materiais sintéticos possuem características biomecânicas mais adequadas quando comparadas aos enxertos biológicos, porém suas maiores restrições estão associadas à disponibilidade e alto custo. Baseado neste fato, o presente trabalho utilizou implantes homólogos conservados em glicerina a 98% visando a confecção de uma técnica operatória exeqüível na clínica cirúrgica de pequenos animais, com seu emprego em
pacientes acima 15kg e com baixo custo de implantação. Os animais operados foram submetidos a diferentes protocolos de reabilitação onde foram avaliadas a recuperação clínica funcional do membro operado e a perda de massa muscular, no intuito de se determinar um protocolo fisioterápico
apropriado para emprego na reabilitação de animais submetidos a substituição do LCCr. Foram utilizados 24 cães, machos e fêmeas, entre 2 e 8 anos de idade e pesando entre 15 e 30kg. Os animais foram distribuídos em dois grupos, (A e B) para a avaliação da técnica operatória, sendo um dos grupos submetido à biópsia aos 60 dias (B) e o outro aos 90 dias (A). Vinte e um do total de 24 cães operados (Grupos A e B) foram subdivididos aleatoriamente em três grupos a serem avaliados quanto ao processo de reabilitação, ficando os três animais restantes submetidos a necropsia para exame histopatológico dos tecidos ósseos. Os grupos de reabilitação foram distribuídos em Controle (grupo I), Mecanoterapia (Grupo II) e estimulação elétrica neuromuscular (Grupo III). Estes grupos foram novamente subdivididos segundo os protocolos fisioterápicos empregados e conforme o período de aplicação. A avaliação histológica do implante teno-ósseo aos 60 e 90 dias de pósoperatório demonstra bastante semelhança entre si, porém aos 90 dias caracteriza-se pela presença de um tecido mais maduro e de organização mais uniforme em sentido longitudinal. Dentre os grupos
submetidos à reabilitação, embora sem resultados estatísticos significativos (p>0,005), o grupo submetido à estimulação elétrica neuromuscular durante e após a imobilização esquelética externa demonstrou a melhor resposta clínica na recuperação funcional do membro operado