Enterobactérias e fatores de virulência em cepas de Escherichia coli isoladas de psitacídeos
Resumo
A microbiota intestinal de Psitaciformes é composta principalmente por bactérias Gram positivas, não se considerando saudável a presença de bactérias Gram negativas. As aves silvestres possuem importância para a saúde pública por albergarem patógenos passíveis de transmissão zoonótica. O deslocamento territorial dessas aves, como o que ocorre no tráfico de animais selvagens, constitui um mecanismo de propagação de novos focos endêmicos de agentes infecciosos a grandes distâncias dos locais onde foram adquiridos. Neste trabalho analisamos a presença de enterobactérias em psitacídeos utilizando amostras de órgãos de aves recebidas para necropsia na rotina do Laboratório Central de Diagnóstico de Patologias Aviárias (LCDPA) situado no Departamento de Medicina Veterinária Preventiva (DMVP) do Centro de Ciências Rurais (CCR) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Também foi realizada coleta de suabes cloacais e de inglúvio em aves vivas mantidas em cativeiro visando monitorar a presença de possíveis bactérias patogênicas. Escherichia coli foi considerada a bactéria predominante na maioria das amostras, então após análise microbiológica e confirmação dos isolados de E. coli, selecionamos 28 colônias, as quais foram testadas para os fatores de virulência iss, relacionado com a capacidade da cepa em resistir aos efeitos líticos do soro, e iutA, sendo este gene um receptor de membrana externa dos compostos sideróforos da aerobactina (genes iuc) que é um sistema de captação de ferro pelo qual E. coli expressa afinidade. Espera-se que os dados obtidos nessa pesquisa contribuam no estabelecimento do estado sanitário de psitaciformes auxiliando na manutenção da espécie e prevenindo riscos à saúde pública.