Detecção de anticorpos anti-Rickettsia spp. em galinhas de criação extensiva de uma região endêmica do estado do Rio Grande do Sul e infecção experimental por Rickettsia parkeri.
Fecha
2013-02-27Metadatos
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Este estudo teve como objetivo avaliar a infecção natural de galinhas de criação extensiva de uma área considerada endêmica para a febre maculosa no estado do Rio Grande do Sul através de pesquisa sorológica, bem como realizar a infecção experimental por Rickettsia parkeri nessas aves. No primeiro estudo, foram coletadas 300 amostras de sangue e os soros foram testados pela reação de imunofluorescência indireta (RIFI) para identificar a presença de anticorpos anti-Rickettsia spp. A ocorrência de anticorpos anti-Rickettsia spp. observada foi de 1,33% (4/300), com títulos variando de 64 a 256 para R. parkeri, Rickettsia rickettsii e/ou Rickettsia bellii. Na segunda etapa, foi realizada a infecção experimental por R. parkeri, o qual foram utilizadas 64 galinhas caipiras divididas em oito grupos, onde foram inoculadas diferentes quantidades do agente por diversas vias de administração. Grupo 1 (G1) - inoculado com 2,5 x 105 células Vero infectadas por R. parkeri (1 ml) via intramuscular (IM); G2 5,0 x 105 células Vero infectadas por R. parkeri (2 ml) via IM; G3 - 1 ml do inóculo via subcutânea (SC); G4 - 2 ml de inóculo via SC; G5 - 1 ml do inóculo via intraperitoneal (IP); G6 - 2 ml de inóculo via IP, e o G7 e G8 - 1 e 2 ml de meio de cultivo de células Vero via IM respectivamente (grupos controles negativos). Os soros das aves foram avaliados aos 3, 7, 14 e 21 dias pós infecção (PI) por meio de RIFI, para avaliar a dinâmica de anticorpos em infecção aguda e crônica. Para identificar a multiplicação de R. parkeri nos tecidos, no mesmo período PI, foi realizado o PCR a partir de fragmentos de baço e pulmão colhidos das galinhas eutanasiadas. As aves do G4 e G3, em ordem de importância, apresentaram as maiores médias de anticorpos apresentando os níveis mais elevados aos sete e 14 dias PI. Os grupos G2, G4 e G6 apresentaram médias de anticorpos superiores comparado ao G1, G3 e G5 respectivamente, sendo considerada a infecção dose-dependente. Não foi detectado DNA rickettsial nos tecidos avaliados. Os resultados de ambos os estudos sugerem que as galinhas de criação extensiva da área endêmica pesquisada não participaram como reservatório e/ou hospedeiro amplificador na epidemiologia da febre maculosa na região e baseado na infecção experimental, verificou-se que as aves soroconverteram
mediante o desafio por R. parkeri, porém não houve a multiplicação do agente nos tecidos analisados, bem como a presença de rickettsemia.