Soroprevalência da pitiose equina no Rio Grande do Sul, diagnóstico e controle da pitiose em modelo experimental
Abstract
A pitiose é uma doença granulomatosa de humanos e animais, causada pelo oomiceto aquático Pythium insidiosum. A maior ocorrência da enfermidade no Brasil é na espécie equina, especialmente no Pantanal Mato-Grossense, porém no Rio Grande do Sul (RS) observa-se um aumento dos casos da doença. Todavia, não há dados de soroprevalência da pitiose no Brasil. O diagnóstico precoce da enfermidade é fundamental para sucesso no controle da pitiose. Atualmente, a imunoterapia com antígenos proteicos vem sendo estudada como uma alternativa promissora de tratamento. A via intradérmica (ID) é uma opção a ser avaliada tanto para um diagnóstico precoce quanto para o tratamento da pitiose empregando antígenos proteicos de P. insidiosum. Neste estudo investigou-se: a soroprevalência da pitiose equina no estado do RS, bem como avaliou-se e comparou-se o uso de antígenos proteicos de P. insidiosum pela via ID no diagnóstico e controle da pitiose em modelo experimental. Para determinar a soroprevalência da pitiose equina no RS foram utilizadas 1002 amostras de soro equino avaliadas pelo método de ELISA indireto. Do total das amostras testadas, 11,07% (111/1002) foram soropositivas para a pitiose equina. Para o diagnóstico aplicou-se 0,1 mL (1,7mg) de antígeno proteico pela via ID, em coelhos (Oryctolagus cuniculus) (n=15) separados em três grupos: controle negativo (n=5), com pitiose experimental (n=5) e animais previamente imunizados com antígeno proteico (n=5). A fim de verificar e comparar a aplicação do antígeno proteico pela via ID como opção de tratamento utilizaram-se dez coelhos com pitiose. Cinco animais foram tratados com 0,1mL de antígeno proteico aplicado via ID e outros cinco coelhos foram tratados pela via subcutânea (SC) com 2mL (34mg) do antígeno. O teste ID foi capaz de detectar reações cutâneas em 24h e 72h nos animais previamente expostos ao agente, demonstrando sensibilidade e especificidade comparáveis ao teste padrão de diagnóstico da pitiose (ELISA indireto). No tratamento com antígeno proteico pelas vias ID e SC, embora não tenha sido observada diferença (P>0,05) no tamanho das lesões, a cura clínica em 40% dos coelhos de ambos os grupos demonstrou que a via ID pode ser utilizada em protocolos terapêuticos da pitiose em modelo experimental, pois também apresenta outras vantagens como menor concentração e volume de antígeno proteico para o controle da pitiose. No entanto, são necessárias pesquisas para o emprego da via ID no diagnóstico e controle da pitiose nas espécies naturalmente acometidas.