Pirólise lenta de serragem de eucalipto para obtenção de bioóleo e carvão
Resumo
Este trabalho de dissertação apresenta o processo de pirólise lenta de serragem de eucalipto como processo térmico, alternativo, de tratamento de resíduos sólidos florestais, para a obtenção de produtos gasosos, sólidos e líquidos. Com auxílio de forno pirolítico e conversão à baixa temperatura dos resíduos de biomassa obtiveram-se quatro frações, por batelada: uma gasosa (F1), duas líquidas - fração aquosa (F2) e bioóleo (F3) e uma sólida (F4, carvão). Foram estudados parâmetros de temperatura, taxa de aquecimento
e tamanho de partícula e suas respectivas influências no rendimento dos produtos. Submeteram-se os produtos líquidos e sólidos à métodos analíticos de caracterização: para a fração aquosa e o bioóleo foram medidos a composição elementar, o teor de umidade, a solubilidade, a composição qualitativa por cromatografia gasosa capilar com detector de
espectrometria de massa (CG-EM), dados espectroscópicos
(espectroscopia no infravermelho, ultravioleta e ressonância nuclear magnética), o poder calorífico e a toxidade aguda.
Submeteu-se, também, o carvão residual à análise imediata, à
microscopia eletrônica de varredura (MEV), à análise espectroscópica (no infravermelho e difração de raios-X em pó), à análise de área superficial pelo método Brunauer-Emmett-Teller (BET), a testes de adsorção (índices
de adsorção de corantes e carboidratos) e de determinação do poder calorífico. As frações líquidas revelaram-se como potenciais fontes de insumos químicos, em particular, de substâncias fenólicas. O carvão, ainda que não ativado, demonstrou apreciável capacidade de adsorção. O processo de pirólise lenta desenvolvido mostrou-se eficiente, gerando, no mínimo, duas frações de grande interesse industrial: bioóleo, substituto de óleo combustível, aditivo para diesel e fonte de insumos químicos; e, carvão, precursor de adsorvente industrial e combustível sólido limpo.