Densidade de estocagem e fontes energéticas vegetais no cultivo intensivo de jundiá e carpa húngara
Abstract
Este trabalho foi conduzido para avaliar o crescimento, parâmetros metabólicos e características de carcaça de jundiá e carpa húngara em policultivo submetidos a duas
densidades de estocagem e a inclusão de fontes energéticas vegetais na dieta destas espécies em monocultivo. Foram conduzidos dois experimentos, utilizando sistema de
recirculação de água com temperatura controlada. No primeiro experimento com duração de 29 dias, os peixes (75% jundiá e 25% carpa húngara) foram estocados na densidade 16 ou
40 peixes/tanque (57 ou 143 peixes/m3) em quatro repetições. Os jundiás e as carpas possuíam peso inicial de 24,39±0,54g e 27,73±0,22g, respectivamente. Os animais foram alimentados duas vezes ao dia com a mesma dieta. Foram avaliados o nível de cortisol plasmático e os parâmetros de desempenho: peso (P), coeficiente de variação do peso,
comprimento total (CT), biomassa total (BT), fator de condição (FC), taxa de crescimento específico (TCE), conversão alimentar aparente (CAA), ganho em peso médio diário (GPD) e ganho de peso relativo (GPR). Ambas as espécies não apresentaram diferenças significativas nos parâmetros de crescimento. Quanto ao cortisol plasmático, os juvenis de carpa húngara submetidos à densidade de 57 peixes/m3 apresentaram maiores níveis deste hormônio. No segundo experimento, com 60 dias de duração, os peixes
(jundiás=5,59±0,06g e carpas=5,82±0,14g) foram estocados (40 peixes/tanque) em monocultivo, sendo avaliadas três dietas, com inclusão de aveia descascada ou farelo de
arroz desengordurado estabilizado (FADE) e dieta controle (farelo de trigo e milho), em três repetições. As dietas foram ofertadas três vezes ao dia. Foram determinadas a composição
corporal, retenção de nutrientes, parâmetros metabólicos (triglicerídeos, colesterol total, colesterol HDL, proteínas totais e albumina) e de desempenho (P, CT, BT, FC, TCE, CAA,
GPD, GPR, consumo diário aparente, taxa de eficiência protéica), rendimento de cortes e índices digestivos. Os juvenis de jundiá e a carpa húngara não apresentaram diferença significativa para os parâmetros de desempenho, rendimento de cortes e índices digestivos. Os juvenis de jundiá dos tratamentos com aveia e FADE apresentaram os menores níveis séricos de colesterol total. Nos jundiás alimentados com FADE foi detectado maiores níveis
de triglicerídeos. Os menores valores de gordura tanto na retenção de nutrientes como na composição do peixe inteiro, para o jundiá, foi na dieta com aveia. Observou-se nos juvenis
de carpa húngara do tratamento com FADE menores níveis de colesterol total, porém com maior teor de gordura na composição do peixe inteiro do que as carpas do tratamento com aveia. A menor retenção de gordura corporal na carpa foi na dieta com aveia. Pode-se concluir que a maior densidade de estocagem avaliada de 143 peixes/m3 não afeta o
desempenho do jundiá e carpa húngara em policultivo, assim como proporciona maior produção por área. A inclusão de 20% de aveia descascada ou farelo de arroz desengordurado causam modificações no metabolismo e na composição de carcaça, mas não afetam o desempenho do jundiá e carpa húngara, portanto podem ser utilizadas como ingredientes alternativos na formulação de dietas para estas espécies.