Atividade antioxidante in vitro do extrato etanólico das folhas de Luehea divaricata Mart.
Resumo
O estresse oxidativo tem sido relacionado a algumas desordens neurodegenerativas.
As terapias atuais para essas doenças estão limitadas a atenuar os sintomas apresentados,
entretanto alguns estudos têm mostrado que compostos antioxidantes podem ser capazes de
prevenir ou retardar o dano oxidativo neuronal, incluindo aqueles presentes em extratos
vegetais. Por esses motivos, neste trabalho foi investigada a possível atividade antioxidante do
extrato etanólico das folhas de Luehea divaricata em cérebro de ratos in vitro e os possíveis
mecanismos antioxidantes envolvidos. O extrato foi avaliado contra a peroxidação lipídica
basal e induzida por nitroprussiato de sódio (NPS) 5 μM em cérebro de ratos através da
quantificação da produção de espécies reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS). Fatias de
áreas do cérebro foram tratadas com NPS 100 M e extrato para determinar a viabilidade
celular através do ensaio da redução do MTT. A atividade scavenger do extrato foi testada
contra ON, DPPH e OH através do reagente de Griess e dos ensaios de DPPH e de oxidação
da desoxirribose, respectivamente. A capacidade quelante e redutora frente ao ferro foram
determinadas através do método da orto-fenantrolina. O extrato foi analisado por HPLC
quanto à presença dos ácidos gálico, clorogênico e cafeico, quercetina, rutina e kaempferol.
Somente a rutina foi detectada e então usada como padrão, nas mesmas concentrações do
extrato, em todos os testes. O extrato de L. divaricata (1-10 μg/ml) protegeu o cérebro contra
peroxidação lipídica induzida, diminuiu os níveis basais de TBARS (± 50%) e manteve as
células viáveis. O extrato não foi capaz de proteger a desoxirribose contra OH e de quelar o
ferro, entretanto inibiu ON e DPPH em 33,14% a 20 μg/ml e 53,93% a 50 μg/ml
respectivamente, e mostrou poder redutor de maneira concentração e tempo dependentes.
Assim, o extrato etanólico das folhas de L. divaricata demonstrou propriedade antioxidante in
vitro em baixas concentrações. Os mecanismos antioxidantes foram relacionados ao efeito
scavenger de espécies reativas de oxigênio e de nitrogênio e à atividade redutora de metais.
Esses efeitos foram similares ou superiores em comparação às mesmas concentrações de
rutina, exceto na capacidade scavenger de ON e, portanto, outros compostos ainda não
determinados no extrato parecem estar associados às atividades observadas neste trabalho.
Mais estudos devem ser realizados em relação à identificação desses compostos e à atividade
neuroprotetora do extrato.