Resveratrol livre e em complexo de inclusão associado ao sulfametoxazol-trimetropim em camundongos infectados experimentalmente com Toxoplasma gondii
Fecha
2015-02-23Metadatos
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O Toxoplasma gondii é um protozoário de grande importância clínica capaz de ocasionar alterações bioquímicas
e funcionais nas células do hospedeiro, principalmente no sistema nervoso central. Essas alterações, geralmente
estão associadas à resposta inflamatória com danos teciduais e oxidação celular em hospedeiros
imunocompetentes. A infecção por T. gondii estimula a produção de altos níveis de citocinas, tais como IL-12 e
IFN-γ, pelas células do sistema imunológico, consistindo em um ponto principal no controle do parasito e
resistência à doença. Como um potente antioxidante, o resveratrol tem se tornado um importante alvo de
pesquisas graças a suas propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. No entanto, os mecanismos pelo qual o
resveratrol exerce seu efeito são prejudicados pela baixa solubilidade e biodisponibilidade. Nesse sentido, uma
forma de melhorar a biodisponibilidade do resveratrol é associá-lo a um complexo de inclusão. Desta maneira,
os objetivos deste estudo foram investigar os benefícios do resveratrol associado a sulfamethoxazol-trimetropin
(ST) no tratamento de camundongos infectados experimentalmente com T. gondii. Para o estudo, 60
camundongos foram divididos em dois grupos: não-infectados (n=24) e infectados com T.gondii (n=36). Os dois
grupos foram subdivididos em subgrupos (n= 10) e tratados com resveratrol (livre e em complexo de inclusão 2-
hidroxipropil-β-ciclodextrina) isolado e associado com ST. Os grupos A-D foram compostos por animais
saudáveis; grupos E-J consistiram de animais infectados por T. gondii (cepa VEG). O tratamento foi iniciado 20
dias após a infecção e manteve-se por 10 dias consecutivos nas doses orais de 0.5 mg kg-1 de ST (grupos B e F),
100 mg kg-1 de resveratrol livre (grupos C e G) e na forma de complexo de inclusão (grupos D e H), bem como
na associação de ambas drogas (grupos I e J). Grupos A e E foram usados como controles, não tratados. Testes
comportamentais (memória, ansiedade e locomoção) foram avaliados após o tratamento. Amostras de sangue,
fragmentos de fígado e cérebro foram coletados a fim de avaliar os níveis de citocinas, alterações
histopatológicas, contagem de cistos cerebrais, como também perfil oxidativo/antioxidante. Animais infectados
com T. gondii apresentaram alterações comportamentais como ansiedade e perda de memória. A combinação
com ST e resveratrol foi capaz de restaurar o tempo de latência no teste de esquiva inibitória. Uma redução na
contagem de cistos foi observada nos animais tratados com a associação de drogas assim como redução das
lesões teciduais. Animais infectados apresentam aumento de citocinas pró-inflamatórias e redução da citocina
anti-inflamatória (IL-10), assim como maior oxidação proteica em tecido hepático e cerebral. A combinação de
ST com resveratrol livre e em complexo de inclusão aumentou os a capacidade antioxidante total (TAC) e os
produtos de redução férrica (FRAP) em fígado e cérebro que pode ser interpretado pelo efeito protetor do
resveratrol. Além disso, o resveratrol na forma de complexo de inclusão quando combinado à ST melhorou o
efeito terapêutico da ST reduzindo os danos oxidativos, lesões hepáticas e número de cistos cerebrais no
tratamento de camundongos infectados com T. gondii. Portanto, é possível sugerir que a combinação de ST com
resveratrol em camundongos infectados parece exercer um efeito protetor nas células hospedeiras. O resveratrol
na forma de complexo de inclusão foi a melhor opção terapêutica, pois controlou as respostas imunológicas
séricas e teciduais, assim como o estresse oxidativo em camundongos infectados com T. gondii.