Perfil epidemiológico, sinais e sintomas respiratórios de indivíduos que inalaram fumaça tóxica no incêndio da Boate Kiss, Santa Maria, RS, Brasil
Fecha
2014-09-29Autor
Silva, Carla Simone Pessota Ribeiro da
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Recentemente o Rio Grande do Sul foi surpreendido pela maior tragédia de sua história, o incêndio da Boate Kiss, que vitimou 242 pessoas e se tornou o segundo maior da história do País. Na ocasião ocorreu inalação de fumaça tóxica a qual continha partículas de monóxido de carbono (CO) e cianeto de hidrogênio (HCN). Numerosos sinais e sintomas podem se desenvolver após a inalação de fumaça. Os sintomas podem incluir tosse, falta de ar, rouquidão, dor de cabeça e alterações do comportamento. Dessa forma o presente estudo teve como objetivo traçar o perfil epidemiológico e analisar os sintomas respiratórios apresentados pelos indivíduos que inalaram fumaça tóxica no Incêndio da Boate Kiss, Santa Maria, RS. A amostra foi composta por 589 pacientes que responderam ao questionário de acolhimento do Centro Integrado de Atenção a Vítimas de Acidentes, no período retrospectivo de fevereiro a agosto de 2013. Os sobreviventes da tragédia da boate Kiss basicamente universitários, 288 (48,9%) possuíam ou estavam cursando o ensino superior, na sua maioria do sexo masculino, 334 (56,7%), jovens com média de idade de 27,8±10,2. Dentre os principais sinais e sintomas relacionados à lesão inalatória, os mais prevalentes foram à ardência na garganta (47,7%) seguida pela rouquidão (35,0%), lacrimejamento (33,6%), corisa (32,4%) irritação ocular (30,7%) e presença de fuligem (24,1%). Entre os sinais e sintomas respiratórios os mais referidos foram tosse produtiva (48,7%), fadiga (39,9%) e dispneia (43,6%). Dentre as comorbidades apontadas a rinite/sinusite (50%) foi a mais prevalente. Os sinais e sintomas respiratórios prevalentes encontrados no estudo representam um impacto à saúde dos indivíduos que inalaram a fumaça, bem como o reconhecimento destes achados conduz a um monitoramento minucioso nos próximos anos. Por outro lado emerge a necessidade da realização de novas pesquisas que possibilitem relacionar os dados aqui apresentados com os exames de função pulmonar, possibilitando assim o maior entendimento fisiopatológico da lesão inalatória e a sua repercussão nesta população.
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