Mudanças, incertezas e significados: vivências de adolescentes com câncer no contexto hospitalar
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2016Metadatos
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O presente estudo, de abordagem clínico-qualitativa, objetivou investigar os significados atribuídos por adolescentes às suas vivências de câncer no ambiente hospitalar. O cenário da pesquisa foi um Centro de Tratamento de crianças com câncer, de um hospital público localizado no interior do Estado do Rio Grande do Sul. Participaram nove adolescentes entre 12 e 18 anos, os quais estavam em processo de tratamento. O número de participantes foi delimitado pelo critério de saturação e o instrumento de coleta de dados foi
uma entrevista semidirigida. As entrevistas foram gravadas em áudio e integralmente transcritas, sendo analisadas pela técnica de análise de conteúdo. As categorias, oriundas da análise, foram organizadas em dois artigos. O primeiro aborda o recebimento do diagnóstico
de câncer pelo adolescente, demonstrando o quanto tal notícia foi avassaladora para os sujeitos, os quais nunca haviam estado diante de uma doença tão ameaçadora, bem como a ruptura do cotidiano, uma vez que expõe as mudanças significativas que ocorreram na rotina dos adolescentes, evidenciando as consequências do seu afastamento das relações sociais.
Outro assunto abordado no primeiro artigo são as repercussões do adoecimento, assim como o
impacto do olhar do outro sobre o adolescente, isto é, a questão da estigmatização da doença e da dificuldade de ter que suportar o olhar do outro sobre as mudanças acometidas pelo
tratamento (por exemplo, alopecia, uso de máscara). O primeiro artigo aborda também a internação do adolescente junto a crianças, assinalando que o centro de tratamento pode ser
visto como um espaço que não contempla as necessidades psicossociais dos adolescentes internados. Já o segundo artigo trata especificamente da questão do afastamento da vida escolar, verificando que, devido ao tratamento, à longas internações, às implicações da doença e aos cuidados exigidos, os adolescentes tiveram que se afastar das atividades escolares.
Aprofunda-se, ainda, a respeito da percepção dos adolescentes sobre a classe hospitalar – um
serviço ofertado no centro de tratamento, que serve de apoio para que os adolescentes continuem os estudos. Por fim, o segundo artigo explorou a dificuldade de reinserção, no
ambiente escolar, do adolescente com câncer após o tratamento. Destaca-se que as consequências do diagnóstico, do tratamento e da hospitalização, quando vivenciadas durante a adolescência, tornam-se uma dupla problemática, pois o adolescente necessita passar por
dois processos complexos: o adolescer e o adoecer. Conclui-se que existe a necessidade de melhorias no que diz respeito às políticas públicas e aos serviços voltados aos adolescentes com câncer.
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