Transtornos afetivos em idosos brasileiros: análise das tendências de mortalidade, morbidade e custos de serviços de saúde
Resumo
Os transtornos afetivos (TA), incluindo a depressão, têm um importante impacto epidemiológico na morbi-mortalidade dos idosos, e também estão associados à elevação das taxas de suicídio. No entanto, o impacto dos transtornos afetivos sobre as tendências de mortalidade dos idosos, da morbidade e do custo do serviço de saúde brasileiro (hospitalização e atendimento ambulatorial) precisam ser investigados mais profundamente. Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar as tendências da (TA) e a mortalidade por suicídio na população idosa brasileira (1996-2015) e no uso de serviços de saúde (hospitalização e atendimento ambulatorial) e seus custos no período de 2009 a 2015 por uma análise socioeconômica com banco de dados avaliável para o Sistema Único de Saúde (DATASUS, Ministério do Brasil). O estudo considerou apenas os dados de indivíduos idosos (> 60 anos) considerando como co-variáveis: idade e sexo. Foram utilizadas regressões lineares, conjuntas e multivariadas para detectar mudanças nas tendências de transtornos afetivos e mortalidade por suicídio. A mortalidade total por transtornos afetivos foi ligeiramente maior nas mulheres (1,2/100,000) do que os homens (1,0/100,000). Ao contrário, a taxa de mortalidade por suicídio foi maior nos homens (13,5/100,000) do que as mulheres (2,5/100,000). Em ambas as causas de mortalidade, a ocorrência dependia da idade, com taxas mais elevadas no grupo mais longevo (> 80 anos). Hospitalizações por TA também foi maior em grupos mais velhos, em ambos os sexos. Todos os resultados sugerem a necessidade de construir programas específicos de prevenção e tratamento para idosos, uma vez que esta população apresenta importantes especificidades biológicas, funcionais, sociais e de saúde que são diferentes em relação a outros grupos etários.
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