Preparos do solo para eucalipto em segunda rotação: propriedades físicas e químicas e crescimento inicial
Resumo
Áreas de reforma de povoamentos florestais, que são cultivados em segunda rotação, podem ter a estrutura do solo compactada desde a superfície até camadas mais profundas, devido ao tráfego de máquinas durante as operações de colheita do plantio anterior, de primeira rotação. Técnicas de preparo do solo eficientes para reduzir a compactação e proporcionar um ambiente físico adequado ao crescimento e desenvolvimento do eucalipto, com a menor degradação ambiental e o menor custo de operações são necessárias. O estudo teve como objetivo avaliar o efeito dos sistemas de preparo do solo sobre as propriedades físicas do solo e o crescimento inicial do Eucalyptus saligna cultivado em segunda rotação em Argissolo Vermelho-Amarelo. O estudo foi conduzido em uma área de segunda rotação de eucalipto, em Arroio dos Ratos-RS. O delineamento experimental foi de blocos ao caso, com três repetições. Os sistemas de preparos do solo foram: subsolagem convencional, interrompido 4 a 4 m, no sentido do declive (SC); subsolagem em nível, sentido transversal ao declive, com rebaixador de toco (SN); subsolagem com subsolador marca Savannah, mais camalhão, com rebaixador de toco (SS); e coveamento mecânico com equipamento Rotree (CR). Após o preparo do solo, foi realizado o plantio de mudas de E. saligna. Em cada sistema de preparo, nas camadas de 0,00–0,10, 0,10–0,20, 0,20–0,30, 0,30–0,60, 0,60–1,00 m foram coletadas amostras de solo com estrutura preservada para a avaliação da densidade do solo (Ds), da porosidade total (Pt), da macroporosidade (Mac), da microporosidade (Mic), da retenção de água no solo, do conteúdo de água disponível (AD) e da resistência à penetração (RP). Amostras com estrutura alterada foram utilizadas para análise química do solo e complementação dos pontos da curva de retenção de água no solo em psicrômetro. Na camada 0,20–0,30 m a Ds ficou próxima a Dsc IHO para os preparos e no SN seu valor ultrapassou este limite. As subsolagens e o coveamento proporcionaram altos valores de Mac até a camada de 0,20–0,30 m. Na camada de 0,30–0,60 m houve diferença significativa, onde preparos SS, SC e SN proporcionaram maior Mac e o CR menor. Entre os sistemas de preparo a Mic foi significativamente maior no CR, SC e SN e menor no SS, na camada de 0,30–0,60 m. A AD evidenciou baixa disponibilidade de água às plantas em todos os preparos. A RP de bancada até 0,30 m foi inferior a 2 MPa em todos os preparos, enquanto que a resistência a campo teve valores de 2 MPa até 0,20 m. Em maior profundidade observou-se valores de RP restritivos ao desenvolvimento de plantas. O preparo SS, em área de reforma, proporcionou maiores benefícios às plantas no estágio inicial de desenvolvimento. Pela avaliação das propriedades físicas do solo não foi possível detectar o efeito do preparo do solo no estabelecimento inicial das plantas de E. saligna. A avaliação do crescimento das plantas de E. saligna foi um bom indicador do efeito dos sistemas de preparo do solo no crescimento inicial.
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