Determinantes sociais de saúde: implicações no cuidado de usuários de saúde mental acompanhados em uma estratégia de saúde da família
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Data
2019-02-27Autor
Schwantes, Alessandra Luana
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A Atenção Primária à Saúde configura-se como sendo a principal porta de entrada para o cuidado em saúde dos usuários, inclusive aos com transtornos mentais, sendo a ponte de comunicação destes com a rede de serviços locais. Os determinantes sociais contribuem à compreensão do processo saúde-doença e a necessidade de superação das iniquidades em saúde por eles geradas. Objetivo: identificar e relatar os determinantes sociais de saúde que incidem no processo de saúde dos usuários de saúde mental acompanhados em uma Estratégia de Saúde da Família. Método: trata-se de uma pesquisa do tipo descritiva exploratória, de corte transversal. Para isso, foram analisados os prontuários de registro individual e coletivo do sistema de informações do serviço e posteriormente categorizadas quanto o estilo de vida dos indivíduos, redes sociais e comunitárias, condições de vida e de trabalho e questões socioeconômicas culturais e ambientais gerais. Resultados: a população identificada compreende 283 usuários de saúde mental, sendo 77,03%(n=218) mulheres com faixa etária entre 17 e 96 anos. Quanto aos hábitos de vida, 15,19%(n=43) fazem uso de tabaco, 1,24%(n=12) de álcool e 3,88% (n=11) de substâncias psicoativas. Em relação as redes sociais e comunitárias 7,77% (n=22) participam de grupos de convivência e 0,35% (n=1) visitam familiares. A média de habitantes por domicílio variou de duas a quatro pessoas. O terceiro nível dos determinantes avaliou as condições de saúde, vida e trabalho, sendo 24,73% (n=70) de aposentados/pensionistas e 27,20% (n=77) que realizam acompanhamento em serviços especializados para saúde mental. O quarto nível sobre questões socioeconômicas, culturais e ambientais gerais, a escolaridade dos usuários no território demonstrou que 21,55%(n =61) apresenta-se com ensino fundamental incompleto, 100% dos usuários têm acesso à energia elétrica e, quanto a situação geral de habitação, identificou-se predomínio da situação de moradia própria e urbana, com acesso ao domicílio por asfalto ou pavimento, e construção da casa em alvenaria ou tijolo com revestimento. As condições de saneamento dizem respeito água potável, a presença de banheiros com rede coletora ou fossa séptica e coleta de lixo. Evidenciou-se também uma defasagem de informações nos registros do sistema utilizado pelo serviço. Conclusão: este estudo permitiu identificar a dimensão dos determinantes de saúde no que diz respeito às condições de cuidado dos usuários de uma Estratégia Saúde da Família. Há um conjunto de fatores individuais, coletivos, políticos e culturais que influenciam na determinação do processo saúde-doença desses usuários, bem como a existência de fragilidades no controle das informações nos prontuários eletrônicos, revelando que existe no território um contingente de usuários cujo monitoramento encontra-se frágil. Essa situação implica no planejamento e prática de ações voltadas para garantia da integralidade do cuidado à população adscrita no território.
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