Negro (auto) biográfico; cotas, real imaginário simbólico: cotistas na UFSM
Resumo
Falar de cotas na atualidade perpassa nosso conhecimento Real Simbólico Imaginário ainda mais se formos falar de Negros cotista dentro da UFSM. Assim, em um processo de conclusão de pesquisa de mestrado sobre Negros que adentraram pelo sistema de cotas na Universidade Federal de Santa Maria (RS) articulado na linha de pesquisa Praticas Escolares e Politicas Publicas no Centro de Educação na UFSM busquei trazer à tona as narrativas (auto) biográficas de alunos cotistas de graduação. Esses narrando suas trajetórias de vida e suas histórias dentro de um processo de ingresso, permanência e conclusão. Objetivando investigar suas proposições frente às políticas públicas, as questões afirmativas e étnico-raciais, nos cursos de licenciatura da UFSM. Problematizei as cotas e as relações entre o Real Simbólico Imaginário (tríade infernal de Lacan) para a constituição de um sujeito Negro dentro do ambiente universitário. Pois, entendi que não há forma de encarar os desafios, sem olhar diretamente para as questões que norteiam a jornada. A pesquisa de cunho qualitativo, descritivo contou com estudo de caso que se norteou pela história oral das Negras e Negros, pois, para além da questão do Negro, é preciso criar uma compreensão de como se articulam estes processos constitutivos para cada sujeito e seus percursos, dentro do ambiente universitário com cotas. Busquei nos alunos cotistas o construir-se e o significar-se a cada fala na tentativa de enxergar a perspectivas dos participantes, isto é, a maneira como os informantes encaram as questões que estão sendo focalizadas. De acordo com Thompson (1992), a História Oral refere-se às vidas individuais e que todas essas são interessantes; e deve ser registradas. Queiroz (1991) explica que o registro é de algo ainda não cristalizado em documento escrito que pode desaparecer se não for conservado. Para Lacan (2005) temos registros essenciais na realidade humana que denominamos Real Simbólico Imaginário e confrontá-los e significá-los nos trará uma dimensão das experiências singulares de cada sujeito. Cunha (2016) afirma que nós somente nos tornamos humanos no transcorrer de nossas vidas, nas relações sociais. Onde Delory-Momberger (2006) destaca que a história de vida em uma dinâmica prospectiva, que liga passado, presente e o futuro do sujeito inscreve o sujeito e visa fazer emergir seu projeto pessoal. O referencial teórico fundamentou-se em autores que foram preenchendo nossa concha de retalhos. Procurei narrar, significar e desnaturalizar discursos que perpassaram ao longo desta jornada de pesquisa em cada entrevista, em cada olhar, em cada não dito. Debruçando-me sobre este tema para tentar ressignificar a trajetória desses alunos Negros cotistas e seus discursos sobre ingresso, permanência e conclusão.
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