Desenvolvimento de nanocápsulas peguiladas de risperidona em diferentes óleos: avaliação in vitro e in vivo
Resumo
O presente estudo teve como objetivo desenvolver nanocápsulas peguiladas contendo risperidona (RIS) em diferentes óleos e avaliar a sua performance in vivo e em vitro. Os óleos utilizados foram gergelim (Ge), linhaça (Li), cártamo (Ca), fígado de bacalhau (Ba) e triglicerídeos da ácido cáprico/caprílico (Tc), para comparação dos resultados. Nanocápsulas contendo RIS foram elaboradas pelo método de deposição interfacial do polímero pré-formado, com base no planejamento fatorial 23, sendo o polímero, o fármaco e o óleo as variáveis dependentes. O método validado para a quantificação da RIS, independente do óleo utilizado, se mostrou específico, linear, preciso, exato e robusto, podendo ser utilizado para a determinação quantitativa e estudos predicativos de estabilidade. O fármaco demonstrou afinidade em todos os óleos testados e não causou degradação do polímero escolhido (PCL). O PEG-4000 foi o escolhido para o revestimento das nanocápsulas, por não ter interferido nos parâmetros básicos de caracterização desses sistemas e por ser descrito na literatura, como eficiente em ultrapassar a barreira sangue-cérebro. Todos os óleos estudados mostraram ter capacidade sequestradora do radical DPPH, com exceção do Tc. As nanocápsulas peguiladas de risperidona em diferentes óleos, de uma maneira geral, apresentaram características adequadas de pH, diâmetro médio, PDI, potencial zeta, teor e taxa de associação e os óleos ricos em ômega 3 e ômega 6 se mostraram promissores para o desenvolvimento desses sistemas, sendo superiores em vários aspectos aos triglicerídeos do ácido cáprico/caprílico. O método fatorial, se mostrou adequado para o desenvolvimento de nanocápsulas de risperidona com diferentes óleos, comprovando a alta capacidade prognóstica da técnica utilizada na otimização dos estudos laboratoriais. As formulações NcTcF7, NcBaF8, NcGeF4, NcCaF4 e NcLiF4 foram selecionadas por apresentarem uma boa taxa de associação, diâmetro e potencial zeta adequados, baixo PDI e um valor predicativo coerente com o prático. Os estudos de liberação das nanocápsulas de risperidona foram conduzidos em tampão pH 1,2, pois foi o meio em que o fármaco apresentou melhor solubilidade e perfil de liberação. O fármaco livre apresentou modelo monoexponencial de liberação e todas as nanocápsulas biexponencial, apresentando um efeito “burst” inicial, seguido de uma liberação sustentada. As formulações NcCa-F4 e NcGe-F4 apresentaram perfil diferenciado, mostrando que as mesmas conseguem prolongar a liberação do ativo da formulação. Com base nos estudos realizados, escolheu-se a formulação NcGe-F4 por ter liberado adequadamente a RIS do sistema e por ter apresentado uma perfil de capacidade anti-oxidante mais consistente, em todas as concentrações avaliadas. As NcGe-F4 e NcTC-F7 não apresentaram efeitos citotóxicos e genotóxicos nas células testadas, demonstrando serem seguras para a aplicação in vivo. O estudo in vivo, que induziu a pseudo-psicose foi realizado com a formulação selecionada e, comparativamente, com as NcTC-F7. Resultados demonstraram diferença significativa entre as formulações e entre o fármaco livre, evidenciando a superioridade das NcGe-F4 em liberar a RIS, ao longo do tempo. Os estudos in vitro foram muito semelhantes aos estudos in vivo, demonstrando uma boa correlação entre eles. Paralelamente, estudou-se a possibilidade de aumentar a eficiência de encapsulação da RIS no óleo de linhaça, controlando-se o pH da fase aquosa da formulação. Resultados promissores foram obtidos quando o mesmo foi alterado para pH 7,0, conseguiu-se um aumento de 10,15% na eficiência de encapsulação.
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