Atividades não agrícolas e sucessão de jovens no campo
Resumo
Esta dissertação tem como tema central a manutenção das novas gerações, filhos de
agricultores, no meio rural. No entanto, diferentemente de outros estudos referentes à
sucessão geracional de jovens agricultores no campo, este trabalho foca sua análise nas
propriedades onde há jovens que executam não apenas atividades agrícolas, mas
especialmente as não agrícolas, tais como a pluriatividade, para-agrícolas e as não agrícolas
propriamente ditas. O objetivo central é analisar as relações que se estabelecem entre sucessão
no meio rural e atividades não agrícolas no município de Crissiumal – RS, a partir da inserção
dos jovens em atividades não agrícolas, na compreensão da forma como estas atividades
podem fomentar a sucessão entre os jovens e, por fim, a partir da permanência do jovem, as
características e os tipos de sucessão presentes nas propriedades estudadas. A metodologia
utilizada foi uma pesquisa qualitativa; o instrumento de coleta de dados foi a entrevista
semiestruturada, e o procedimento utilizado para análise de dados foi a análise de conteúdo.
Os critérios de seleção dos entrevistados foram os seguintes: residir no meio rural, em
propriedades paternas ou estabelecidos de forma independente em outras propriedades; residir
no meio rural, exercendo atividades não agrícolas, pluriativas ou para-agrícolas como forma
de geração de renda. A faixa etária considerada para inclusão nas entrevistadas estava
delimitada entre 15 e 29 anos. No total, foram realizadas 26 entrevistas. Os resultados
apontam que os jovens executam tanto as atividades agrícolas como as não agrícolas dentro
das propriedades ou apenas não agrícolas fora das propriedades e do rural. As atividades não
agrícolas são vistas como potencializadoras da permanência dos entrevistados no rural e
também nas propriedades, pois apresentam vantagens, tais como renda individual e mensal.
Ainda, os resultados deste trabalho revelam que os encaminhamentos ou arranjos sucessórios
relatados pelos entrevistados apresentam distintas características, não tendo na sucessão
geracional tradicional o único modelo. As respostas dos jovens entrevistados permitem
identificar a presença de três arranjos sucessórios: sucessão rural, sucessão hereditária e
sucessão geracional.
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