Escola municipal de aprendizagem industrial: uma proposta de formação profissional para jovens e adultos em Santa Maria – RS
Resumo
Este trabalho é um estudo de caso e buscou compreender o processo histórico de encampação da Escola da Rede Ferroviária Federal, em 1997, pelo poder público municipal de Santa Maria e sua relação com a implementação, na Escola Municipal de Aprendizagem Industrial (EMAI), do Curso de Educação Profissional Inicial Integrada ao Ensino Fundamental – Anos Finais – na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA), a partir de 2011. Para tanto, analisou-se a proposta pedagógica e as práticas pedagógicas que foram desenvolvidas na EMAI, a primeira escola da Rede Municipal de Santa Maria a oferecer, em 2011, a EJA, em nível fundamental, integrada à formação profissional. O método escolhido para as análises referidas foi o de abordagem histórico-crítica, contextualizando o processo de crise e de privatização da Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima (RFFSA) e analisando-se a relação desse processo com a implantação da EMAI. Primeiramente, com base em referências teóricas pertinentes ao assunto, buscou-se realizar um breve levantamento histórico da Rede Ferroviária no Brasil. Em seguida, também se empregou a pesquisa bibliográfica para delimitar o contexto local do nosso objeto de pesquisa e a trajetória da Educação Profissional no Brasil. A realização de entrevistas semiestruturadas com ex monitores da Escola da Rede, os quais foram os responsáveis pelo início do movimento que resultou na sua encampação, permitiu aprofundar a percepção sobre a trajetória de criação da EMAI. Por último, buscou-se situar, historicamente, a criação do Curso de Educação Profissional Inicial Integrada ao Ensino Fundamental – Anos Finais – na modalidade de EJA, identificando e refletindo sobre os desafios enfrentados pelos gestores da escola na oferta dessa modalidade. Para isso, foram analisados referenciais teóricos, através de levantamento bibliográfico, interpretados documentos existentes em arquivos escolares e realizadas entrevistas semiestruturadas com gestores e professores. Por fim, compreendeu-se que a EMAI foi criada na contramão da lógica neoliberal das privatizações de instituições estatais ocorridas na década de 1990. Seu curso de EJA, apesar de apresentar traços tecnicistas, necessita de práticas pedagógicas diferenciadas, que contemplem as necessidades da EJA e da EP, fundamentadas no trabalho integrado, de forma interdisciplinar. Para a efetivação dessas práticas, o planejamento e a formação pedagógica são fundamentais e precisam ser priorizados por gestores e docentes. Além disso, outros desafios ainda permanecem para a efetivação do Curso de Educação Profissional Inicial Integrada ao Ensino Fundamental - Anos Finais - na modalidade de EJA.
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