Composição química, atividade anti-inflamatória e toxicidade aguda e subaguda de Verbena litoralis kunth
Resumo
Verbena litoralis Kunth pertence à família Verbenaceae, é nativa da América do Sul, podendo ser encontrada nas regiões tropicais e subtropicais, principalmente nas regiões temperadas do hemisfério sul. É conhecida popularmente como gervãozinho-do-campo ou erva-de-pai-caetano e utilizada na medicina tradicional como antidiarreico, febrífugo, em desordens gastrintestinais, em inflamações do útero e ovário. Embora seja amplamente utilizada com fins terapêuticos, ainda não estão totalmente esclarecidas as propriedades anti-inflamatórias, características tóxicas, bem como a composição fitoquímica do extrato bruto da planta. Assim, o objetivo deste trabalho foi identificar os constituintes fitoquímicos no extrato bruto das partes aéreas de Verbena litoralis, avaliar a atividade anti-inflamatória e determinar a toxicidade. Através de CLUE/EM foram identificados ácido clorogênico, ácido vanílico, ácido cafeico, ácido p-cumárico, ácido ferúlico, luteolina, apigenina, ácido trans-cinâmico, quercetina, griselinosídeo, hispidulina 7-O-glucuronídeo, acetilacteosideo e nodifloretin. O extrato bruto e a fração acetato de etila apresentaram atividade inibitória significativa na formação do tecido granulomatoso, indicando uma potencial ação anti-inflamatória de Verbena litoralis. Na análise de toxicidade aguda uma dose única de 2000 mg/Kg de V. litoralis foi administrado oralmente a ratos de ambos os sexos. Após a administração a planta pode ser considerada segura (categoria 5) de acordo com o guia da OECD. No estudo de toxicidade subaguda o extrato da planta foi administrado oralmente a ratos machos e fêmeas nas doses de 100, 200 e 400 mg/Kg durante 28 dias. Foram analisados parâmetros hematológicos, bioquímicos e histológicos. Os ratos machos tratados com 400 mg/Kg de extrato apresentaram um aumento significativo na contagem de eritrócitos e na enzima aspartato amino transferase. No exame histológico do fígado machos e fêmeas apresentaram algumas alterações como dilatação sinusoidal e dilatação vascular, respectivamente, porém os hepatócitos permaneceram intactos. Ao analisar a histologia renal foram observadas algumas modificações nos grupos tratados com 400 mg/Kg do extrato vegetal em ambos os sexos tais como dilatação e congestão dos vasos e aumento da luz tubular, porém acredita-se que não foram suficientes para alterar a função deste tecido, uma vez que os níveis de creatinina permaneceram inalterados e os túbulos contorcidos proximal e distal permaneceram íntegros. Portanto, este resultado remete certa cautela ao fazer uso da planta durante sucessivos dias.
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