Avaliação dos índices plaquetários, atividade da e-ntpdase e da ecto-5'-nucleotidase em plaquetas de gestantes normotensas e com pré-eclâmpsia
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Data
2018-08-28Primeiro coorientador
Leal, Daniela Bitencourt Rosa
Primeiro membro da banca
Renner, Jane Dagmar Pollo
Segundo membro da banca
Pavanato, Maria Amália
Terceiro membro da banca
Bagatini, Margarete Dulce
Quarto membro da banca
Chitolina, Maria Rosa
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A pré-eclâmpsia constitui-se na complicação médica mais encontrada na gravidez, sendo responsável pela
principal causa da mortalidade e morbidade materna e perinatal. Sua etiologia ainda permanece
desconhecida, o que dificulta a prevenção primária. Sabe-se que a gestação possui um desequilíbrio
hemostático com tendência à hipercoagulabilidade e aumento do risco de trombose. Essas alterações
envolvem a sinalização purinérgica, a qual é composta por nucleotídeos e nucleosídeos, seus respectivos
receptores, além de enzimas responsáveis por sua degradação. Durante o processo inflamatório, dentre os
mediadores capazes de modular as ações das plaquetas, destacam-se ATP, ADP, AMP e adenosina, os quais
se correlacionam diretamente com a atividade das enzimas E-NTPDase, E-5’-nucleotidase, E-NPP e EADA.
Os nucleotídeos da adenina podem interagir com receptores purinérgicos na superfície celular. Os
efeitos do ATP extracelular são controlados pela ação das ectonucleotidases E-NTPDase e Ecto-5’-
nucleotidase, que agem sobre o ATP e seus produtos de degradação, reduzindo sua concentração no meio e
culminando na produção de adenosina, que atua como imunomodulador ou é convertida à inosina pela
adenosina desaminase (E-ADA). Considerando que as alterações hemostáticas e inflamatórias associadas à
gestação normal estão mais exacerbadas na PE torna-se relevante o estudo desses mecanismos como forma
de entender o perfil desse desequilíbrio podendo atuar preventivamente. Sendo assim, realizou-se a análise
de parâmetros plaquetários, assim como atividade e expressão da E-NTPDase e Ecto-5’nucleotidase em 150
mulheres divididas em três grupos: não-gestante (n = 50), gestante normotensa (n = 50) e gestante com PE
(n = 50). Os resultados demonstraram um aumento de 74 (P < 0,001) e 72% (P < 0,01) da agregação
plaquetária na adição de 5μM e 10μM, respectivamente, do agonista adenosina difosfato (ADP); redução
de 19% (P < 0,05) da contagem de plaquetas; aumento de 39% (P < 0,05) do fração de plaquetas imaturas
(IPF); aumento de 7 vezes (P < 0,001) na atividade da E-ADA; redução de 37 (P < 0,001) e 36% ( P < 0,05)
na hidrólise do ATP e ADP, respectivamente e uma correlação entre contagem de plaquetas, IPF, atividade
e expressão da E-NTPDase e da Ecto-5’-nucleotidase em gestantes com PE. Em conjunto, os resultados
sugerem que a disfunção endotelial presente em gestantes com PE exacerba os mecanismos inflamatórios e
de agregação plaquetária. O organismo tenta reagir frente a esse microambiente inflamatório através da
hidrólise reduzida do ATP, com consequente inibição plaquetária. No entanto, esse mecanismo não parece
ser suficiente, já que a doença é mantida. Portanto, o processo de agregação plaquetária assim como a
sinalização purinérgica parece desempenhar um papel importante na resposta imune e inflamatória
contribuindo para a evolução clínica da PE. Consequentemente a avaliação desses parâmetros podem levar ao desenvolvimento de protocolos para prevenir ou tratar essa patologia de forma eficaz.
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