Colletia paradoxa (Spreng.) escalante (Rhamnaceae): identificação de flavonoides, diversidade genética e conservação
Resumo
Colletia Comm. ex Juss. é um gênero da família Rhamnaceae, que conta cinco espécies exclusivas da
América do Sul, com duas delas chegando até o Brasil. A espécie C. paradoxa apresenta um grande
polimorfismo em suas formas, podendo ser identificados três morfotipos, C. paradoxa morfotipo “paradoxa”,
C. paradoxa morfotipo “exserta”, C. paradoxa morfotipo “intermediário”, resultando em questionamentos
sobre os limites desta espécie. Sabe-se que C. paradoxa ocorre em pequenas populações fragmentadas e que
o alto grau de degradação e fragmentação dos ambientes naturais pode ocasionar, através da redução de
habitats específicos, o isolamento das populações, diminuindo o fluxo gênico entre elas e consequentemente
perdendo a variabilidade genética, que pode assim, iniciar um processo de extinção da espécie. É uma espécie
medicinal, sendo as raízes e cascas dos ramos utilizadas para baixar a febre e está na lista das ameaçadas de
extinção no RS e no Brasil. O objetivo deste estudo é identificar os flavonoides existentes no extrato bruto
das folhas e ramos de C. paradoxa e seus diferentes morfotipos, investigar a ação antimicobacteriana e a
atividade antioxidante destes extratos, contribuir para um melhor conhecimento da espécie C. paradoxa e
sua delimitação taxonômica e estimar a diversidade genética de populações de C. paradoxa por meio de
marcadores moleculares, considerando sua condição de espécie ameaçada. A capacidade de eliminação dos
radicais livres foi determinada pelo método DPPH, a atividade antimicobacteriana pelo método de
microdiluição em caldo e o conteúdo fenólico quantificado pelo método espectrofotométrico e por
cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC). A diversidade genética foi estimada através de marcadores
ISSR e a delimitação da espécie foi realizada através de análise morfológica associada a marcadores ISSR.
Concluiu-se que C. paradoxa possui potencial antioxidante natural, além de apresentar atividade
antimicobacteriana classificada como moderada a significativa. A similaridade nos resultados fitoquímicos
dos indivíduos dos três morfotipos, a análise morfológica e de ISSR corroboram com a ideia de que sejam
uma única espécie, C. paradoxa, entretanto incentiva-se a continuidade das pesquisas no intuito de
aprofundar o conhecimento sobre a biologia, potencialidades e preservação da espécie. Com relação à
diversidade genética da espécie, conclui-se que a mesma apresenta diversidade moderada, o que somados
aos riscos ambientais identificados nas populações naturais reforça que a espécie apresenta-se ameaçada de
extinção no estado do Rio Grande do Sul.
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