Avaliação de parâmetros de repolarização ventricular em pacientes ambulatoriais com psoríase
Resumo
Introdução: A psoríase é uma doença inflamatória crônica e de base genética.
As doenças cardiovasculares, incluindo arritmias cardíacas, parecem ocorrer com
mais frequência nesses pacientes. Parâmetros da repolarização ventricular são
considerados sensíveis para determinação do risco de arritmias. No entanto, o papel
desses parâmetros em pacientes com psoríase ainda não é bem estabelecido.
Objetivos: Avaliar e comparar parâmetros de repolarização ventricular entre
pacientes ambulatoriais com psoríase e pacientes controles saudáveis. Metodologia:
Estudo de caso-controle. Pacientes com psoríase em acompanhamento ambulatorial
em um serviço de dermatologia de hospital terciário do sul do Brasil foram
selecionados aleatoriamente e submetidos a avaliação do estado clínico da psoríase
e avaliação eletrocardiográfica. Os controles foram selecionados a partir de um
ambulatório de cardiologia privado, localizado na mesma região de abrangência.
Resultados: Foram avaliados 130 indivíduos, com média de idade de 53,1 ± 15,1
anos. A média de idade dos indivíduos com psoríase foi inferior à dos controles (49,2
± 14,2 vs. 57 ± 15,1; P=0,003). O intervalo QTc mínimo foi superior em pacientes com
psoríase (379,2 ± 26,4 ms versus 358,3 ± 27 ms no grupo controle; P<0,001). Por
outro lado, as medianas de dispersão do intervalo QT absolutas (QTd; 14,6 ms, 10,7
- 21,2 ms no grupo psoríase versus 36,8 ms, 30,2 - 42,7 ms no grupo controle;
P<0,001) e corrigidas (QTdc; 15,7 ms, 11,5 - 24,2ms no grupo psoríase versus
39,8ms, 32,8 - 46,6 ms no grupo controle; P<0,001) foram inferiores em pacientes com
psoríase. As médias dos intervalos do pico ao final da onda T absolutos (Tp-e; 91,7 ±
11,6 ms versus 96,0 ± 9,2 ms no grupo controle; P=0,024) e corrigidos para o intervalo
QTc (Tp-e/QTc; 0,22 ± 0,03 versus 0,23 ± 0,03 no grupo controle; P=0,024) também se mostraram inferiores nos pacientes com psoríase. Valores de intervalo QTc
máximo Tp-e/QT não apresentaram diferença significativa entre os grupos. A
correlação entre o PASI e a PCR com as medidas avaliadas não foram significativas
(p>0,05). Conclusão: Em pacientes ambulatoriais com psoríase no sul do Brasil os
valores de QTd, Tp-e e Tp-e/QT foram menores aos observados em controles
saudáveis.
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