A pessoa idosa no ensino superior público: perfil, motivações e expectativas
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Data
2020-08-11Primeiro coorientador
Acosta, Marco Aurelio de Figueiredo
Primeiro membro da banca
Areosa, Silvia Virginia Coutinho
Segundo membro da banca
Leite, MarinêsTambara
Metadata
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O fenômeno do envelhecimento populacional, observado em países desenvolvidos e em
desenvolvimento, como o Brasil, cada vez mais tem desafiado as políticas públicas no
atendimento às demandas específicas desse novo ator social: a pessoa idosa. A gerontologia,
enquanto área do conhecimento científico, que se ocupa da compreensão dos fatores
multidimensionais que engendram o envelhecimento humano tem apontado cada vez mais
para a necessidade de se compreender as determinações sociais desse processo. A escolaridade
tem assumido centralidade das discussões na gerontologia como indicador de proteção na
velhice. Contudo, em um cenário em que o analfabetismo assume estreita vinculação com o
segmento etário envelhecido, se observa o discreto, porém gradativo aumento da população
idosa no ensino superior. Desse modo, o presente estudo partiu da necessidade de ampliar a
discussão sobre a inserção da pessoa idosa enquanto estudante no ensino superior. A partir de
então, a intenção desta pesquisa se consistiu em caracterizar a situação das matrículas de
estudantes idosos em cursos superiores em uma Instituição Federal de Ensino Superior;
caracterizar o perfil sociodemográfico de estudantes idosos matriculados em cursos superiores
em uma Instituição Federal de Ensino Superior; identificar as motivações, os desafios e as
expectativas de estudantes idosos em seu ingresso no ensino superior, por meio de
lexicografia básica. Por meio de uma abordagem quali-quantitativa buscou-se, na fase
quantitativa do projeto, delinear a situação das matrículas dos estudantes idosos vinculados a
uma Instituição Federal de Ensino Superior entre 2016 a 2019 (população = 57). A partir
desse levantamento, os estudantes (amostra = 34) responderam ao questionário Brazil Old Age
Schedule que possibilitou mensurar variáveis como: sexo, idade, estado civil, cidade de
origem, composição familiar, renda familiar, situação de moradia, situação ocupacional e
nível de escolaridade. Os dados foram armazenados em planilha do Microsoft Excell
®,
analisados pelo software SPSS® e, posteriormente, apresentados em tabela com média, desvio
padrão e mediana. Durante a segunda fase da pesquisa (qualitativa) realizou-se uma entrevista
semiestruturada com alguns estudantes (n=9) que buscou compreender as motivações para o
ingresso no ensino superior, os desafios enfrentados no contexto acadêmico e as expectativas
em relação ao curso escolhido. Os dados das entrevistas foram analisados a partir do software
IRAMUTEQ. Os resultados evidenciaram um perfil diferenciado dos estudantes que em sua
maioria são homens, com idade média de 62 anos e ingressaram por meio de processo
seletivo. Ainda, grande parte possuía outra graduação e referia satisfação com a vida de modo
geral. Verificou-se que muitos estudantes voltaram à universidade após a aposentadoria, seja
para realizar uma segunda graduação, seja para concluir cursos iniciados e interrompidos,
vivenciando a experiência acadêmica na velhice de uma maneira diferenciada, buscando
novos conhecimentos e ressignificando essa nova etapa de suas vidas.
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