Convivendo entre fragilidades e motivações: experiências de famílias com o câncer gestacional
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Data
2020-07-15Primeiro coorientador
Sand, Isabel Cristina Pacheco Van der
Primeiro membro da banca
Ângelo, Margareth
Segundo membro da banca
Mazza, Verônica de Azevedo
Terceiro membro da banca
Cabral, Fernanda Beheregaray
Quarto membro da banca
Beuter, Margrid
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A família da gestante/puérpera vivencia com ela as alegrias e os medos inerentes ao nascimento de uma criança e se organiza para atender novas necessidades de cuidado. O diagnóstico de câncer, nesse contexto, faz com que a família precise se reorganizar para um outro tipo de demanda, diferente daquela para o qual estava se preparando. Gestação complicada por câncer é condição relativamente rara que ocorre em uma a cada 1000 gestações. Como, atualmente, as mulheres tendem a adiar a gestação para a terceira ou para a quarta década de vida, esse fenômeno tem se tornado cada vez mais frequente. Foram objetivos deste estudo, portanto: compreender a experiência de famílias diante do adoecimento de familiar por câncer gestacional; apreender os significados das ações da família diante do adoecimento por câncer gestacional e elaborar uma teoria substantiva representativa da experiência das famílias. O Interacionismo Simbólico foi o referencial teórico utilizado, e a Teoria Fundamentada nos Dados, o referencial metodológico. Os participantes do estudo foram doze famílias que passaram pela experiência de ter, dentre seus membros, uma mulher que adoeceu por câncer ou no período da gestação ou até um ano pós-parto. Como critério para inclusão para participar da entrevista, foi ter vínculo familiar (biológico, afetivo ou por afinidade) com a mulher que teve diagnóstico de câncer no período gestacional e ter a acompanhado durante o seu adoecimento e o seu tratamento. Como família, foi considerado ter, no momento da entrevista, no mínimo, duas pessoas, podendo uma delas ser a própria mulher. A coleta dos dados aconteceu por instrumento de caracterização social e clínica da mulher e informações sobre os familiares e incluiu o genograma; também por entrevista em profundidade. A organização, a descrição e a análise das informações seguiram o Método Comparativo Constante. A análise dos dados se deu por meio da codificação substantiva e teórica, o que permitiu elaborar a teoria substantiva “Convivendo entre fragilidades e motivações: experiências de famílias com o câncer gestacional”, que tem, como conceito central “Vivendo entre perdas que fragilizam e a chegada da criança que fortalece”, construída a partir de seis conceitos com relações de contexto, causa, condições e consequências. Todos os preceitos éticos que regem a pesquisa com seres humanos foram respeitados, conforme Resolução nº 466/2012. O projeto de pesquisa foi aprovado por comitê de ética em pesquisa por parecer consubstanciado 2.435.385. A teoria substantiva permitiu o conhecimento de que as famílias que passam pelo câncer gestacional percebem-se em um situação de dualidade, condição que precisa ser valorizada com vista ao cuidado individualizado e integral à essas famílias. Tem-se no estudo potencial de inovação já que a temática é pouco explorada e, portanto, proporciona visibilidade à ocorrência e experiência com o câncer gestacional. Como impacto para a prática de enfermagem evidencia-se necessidade de que as particularidades da experiência sejam consideradas no planejamento de cuidados para esse grupo e que estas sejam direcionadas às necessidades pontuadas pela família. Também são importantes ações profissionais para a detecção precoce do câncer na gestação e no pós-parto e práticas de educação em saúde que tornem mulheres e famílias coparticipantes do cuidado.
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