Dramáticas do uso do corpo-si: uma análise do trabalho do enfermeiro em terapia intensiva
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Data
2020-11-20Primeiro membro da banca
Beck, Carmem Lúcia Colomé
Segundo membro da banca
Lima, Suzinara Beatriz Soares de
Terceiro membro da banca
Losekann, Maristela Vargas
Quarto membro da banca
Vargas, Mara Ambrosina de Oliveira
Quinto membro da banca
Backes, Dirce Stein
Freitas, Etiane de Oliveira
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O trabalho em terapia intensiva é caracterizado pela sua dinamicidade e pela continua vivência de
dramáticas do uso do corpo-si, pelo enfermeiro. Nesse sentido, objetivou-se analisar como ocorrem
as dramáticas do uso do corpo-si, pelo enfermeiro, em terapia intensiva. Pesquisa de abordagem
qualitativa, do tipo estudo de caso múltiplo. Um dos casos foi desenvolvido com enfermeiros de
terapia intensiva de hospital público e o outro com enfermeiros de terapia intensiva de hospital
privado. Os dados foram coletados no período de março de 2018 a março de 2019; visando a
triangulação de fontes de evidências, com base em pesquisa documental, entrevista e observação
sistemática. A apreciação dos dados se deu mediante a análise temática de conteúdo e sob o olhar
do referencial teórico da ergologia. Participaram do estudo 14 enfermeiros, sendo nove trabalhadores
da UTI pública e cinco da UTI privada. Inicialmente foi realizada uma descrição dos cenários de
pesquisa – ambiente de trabalho do enfermeiro: caracterização das unidades de terapia intensiva
adulto. Os demais resultados foram organizados nas seguintes categorias temáticas: ‘dramáticas do
uso do corpo-si: o trabalho real do enfermeiro em terapia intensiva’ e ‘fatores que podem facilitar ou
dificultar as dramáticas do uso do corpo-si pelo enfermeiro em terapia intensiva’. Por fim, realizou-se
uma ‘síntese cruzada dos casos: uma análise das dramáticas do uso do corpo-si pelo enfermeiro em
terapia intensiva’. A partir dos resultados da primeira categoria, evidenciou-se que os fatores que
podem influenciar nas dramáticas do uso do corpo si, pelo enfermeiro, são a subjetividade e valores
pessoais do enfermeiro, normas institucionais, conhecimento e experiência profissional. O trabalho
real do enfermeiro em UTIA é permeado pelo trabalho prescrito, pela organização do trabalho ao
estabelecer prioridades, pelo trabalho com e sob a influência da equipe multiprofissional, pela
ocorrência de renormalizações das atividades, tanto na realização de atividades de enfermagem
administrativas como assistenciais. Na segunda categoria temática, evidenciou-se que, os
enfermeiros das duas UTI’s corroboraram sobre os fatores que podem facilitar as dramáticas do uso
do corpo-si, quais sejam: a experiência de trabalho, o conhecimento, apoio da chefia de enfermagem,
autonomia profissional, realização da prescrição de enfermagem, utilização do trabalho prescrito, boa
comunicação entre a equipe multiprofissional. Quanto aos fatores que podem dificultar as dramáticas
do uso do corpo-si pelo enfermeiro sobressairam o “estilo” de trabalho/subjetividade de cada
profissional médico, a falta de apoio da instituição para participação em eventos, o déficit de
conhecimento em atividades específicas do trabalho; a falta de recursos materiais e humanos. Os
resultados apontam também que as características clínicas e as necessidades que os pacientes
apresentaram, tiveram influência direta nas dramáticas do uso do corpo-si, pelo enfermeiro. A
respeito das características pessoais dos participantes da pesquisa, pode-se inferir que o enfermeiro
de UTI que possui um tempo de experiência maior na sua profissão pode ter mais possibilidades de
realizar alguma atividade de trabalho. Por fim, a tese em que esta investigação se sustenta é a de
que: o enfermeiro, ao atuar em UTIA, vivencia dramáticas do uso do corpo-si que envolvem aspectos
alicerçados na sua subjetividade, nos seus valores, no seu conhecimento e experiência de trabalho e
a forma como o trabalho é prescrito nas instituições de saúde. Conclui-se que a tese foi confirmada,
na medida em que os dados apontaram que o enfermeiro vivencia dramáticas do uso do corpo si, no
trabalho em terapia intensiva, influenciada por diversos fatores.
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