Chenopodium ambrosioides L. do uso popular aos ensaios pré-clínicos: análise química, potencial anti-inflamatório e estudo da toxicidade
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Data
2019-08-19Primeiro membro da banca
Santos, Roberto Christ Vianna dos
Segundo membro da banca
Sagrillo, Michele Rorato
Terceiro membro da banca
Mansur, Michel Machado
Quarto membro da banca
Martins, Maria Isabel Morgan
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Chenopodium ambrosioides L., conhecida popularmente como Erva-de-santa-maria, é amplamente utilizada na medicina popular nas mais diversas enfermidades, anti-inflamatória na cura de feridas, cicatrizante, entre outros. No ano de 2009, foi inserida na RENISUS, devido à sua ampla utilização popular. O objetivo deste estudo foi realizar a caracterização química de extratos irradiados e não irradiados de C. ambrosioides L., bem como elucidar os mecanismos de ação envolvidos na possível atividade anti-inflamatória da espécie e determinar sua segurança através de ensaios in vitro e in vivo. O perfil cromatográfico dos extratos irradiados e não-irradiados foi obtido por CLAE-DAD, com a finalidade de comparar sua bioatividade e verificar possíveis alterações no perfil químico causado pela radiação gama. Todas as amostras apresentaram o mesmo perfil cromatográfico qualitativo, mas foram encontradas diferenças quantitativas entre os compostos identificados nos extratos. O extrato da planta irradiada (EPI) apresentou um aumento de derivados de canferol e derivados de quercetina cerca de 20 vezes do que outros extratos. Todas as amostras testadas foram eficazes na inibição da LOX a 0,400 - 0,488 mg/mL. Em relação ao radical óxido nítrico, o extrato não irradiado (ENI) apresentou o melhor potencial de eliminação (valor IC50 de 0,431 mg / mL). As amostras também foram avaliadas quanto à sua toxicidade e potencial anti-inflamatório nos macrófagos RAW 264.7, apresentando uma concentração segura de até 0,250 mg / mL e o ENI foi o mais efetivo na redução do NO no ensaio celular (IC50 0,201 ± 0,029 mg / mL). Os resultados obtidos nas análises in vitro elegeram o extrato não-irradiado para o estudo in vivo, já que o mesmo apresentou uma melhor bioatividade nos ensaios realizados. A análise de massas revelou a presença de 6-hidroxicumarina, ácido p-cumárico, ácido ferúlico, quercetina-3-O-rutinosídeo, apigenina, quercitrina, quercitina e canferol. No estudo de toxicidade oral aguda, o extrato de C. ambrosiodies foi classificado como seguro (categoria 5) de acordo com as diretrizes da OECD. A administração do extrato em doses repetidas (28 dias) aumentou apenas a atividade da enzima AST, observada em fêmeas tratadas com 50 mg / kg. Outros parâmetros toxicológicos não foram alterados pela administração do extrato (50-200 mg / kg) em machos e fêmeas. C. ambrosiodes e B. serrata reduziram o edema de orelha induzido por óleo de cróton em 47,18 ± 4,59% e 34,23 ± 4,78% (em 1mg / orelha), respectivamente. Os mesmos tratamentos também reduziram a infiltração de células inflamatórias induzida por óleo de cróton (observada pela atividade da mieloperoxidase) em 40,71 ± 14,71 para C. ambrosioides (1 mg / orelha) e 35,93 ± 9,97% para B. serrata (1 mg / orelha). Os resultados obtidos no presente trabalho demonstram o perfil de segurança de C. ambrosioides e seu potencial como agente anti-inflamatório tópico no tratamento de desordens inflamatórias da pele, justificando seu uso na medicina popular.
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